Os candidatos a prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) e Lúdio Cabral (PT) se enfrentaram em debate da TV Vila Real, do Grupo Gazeta de Comunicação, nesta terça-feira (22). O encontro é o penúltimo antes do segundo turno das eleições municipais. Na sexta, Abilio e Lúdio se encontram novamente, mas dessa vez nos estúdios da TV Centro América.
Durante o enfrentamento, Abilio Brunini centrou suas falas na suposta ligação entre Lúdio Cabral e o atual prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB), embora o emedebista tenha declarado neutralidade no segundo turno do pleito. O candidato do PL também relembrou da relação de Lúdio com o ex-governador Silval Barbosa e fez críticas à gestão petista de Lula à frente do governo federal.
Já Lúdio Cabral apostou em perguntas mais técnicas, as quais Abilio considerou ‘pegadinhas’ para que Lúdio não tivesse que tratar do tema da corrupção, problema central de Cuiabá, segundo o candidato do PL. O programa também foi marcado por diversos pedidos de respostas devido aos ataques incisivos entre os candidatos.
Lúdio negou que esteja recebendo apoio do atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). A acusação foi feita durante o debate. O petista lembrou que o bolsonarista apoiou e pediu votos para Pinheiro ainda em 2016, na primeira eleição do emedebista. Na época, Abilio se candidatou a vereador e foi eleito pelo Partido Social Cristão (PSC) e fez campanha ferrenha para quem hoje é tido como seu “inimigo” declarado.
Lúdio lembrou ainda que Brunini só se tornou oposição após ter indicações de cargos para familiares e amigos negada pelo prefeito em 2017. Quando se candidatou em 2020, se filiou ao Podemos e junto com Felipe Wellaton, perdeu o pleito daquele ano mesmo terminando em primeiro lugar no primeiro turno.
“O adversário só olha para trás, só cria confusão, só aponta dedo e tem uma fixação pelo atual prefeito Emanuel Pinheiro. Tudo porque o Emanuel renegou ele quando ele ajudou a eleger o Emanuel, fez campanha para o Emanuel, pediu voto para o Emanuel. Só que quando ele levou a listinha de 35 parentes e amigos para o Emanuel nomear, o Emanuel recusou. Ele achou ruim e virou oposição. Depois perdeu a eleição para o Emanuel em 2020 e até agora não se resolveu dessas questões”, disparou Lúdio.
Durante o debate, o petista foi acusado pelo adversário de que teria em seu palanque eleitoral além do próprio Emanuel Pinheiro, o vice-prefeito, José Roberto Stopa (PV), e nomes de ex-secretários envolvidos nos mais de 20 escândalos de esquemas e corrupção, principalmente na pasta da Saúde. “O Emanuel é um problema do Abílio e não é um problema meu. O meu projeto é um projeto de mudança de verdade para a nossa cidade. Ele está adotando uma tática que é de tentar colocar o Emanuel no meu colo e não cola essa tática porque a população me conhece. Todo o tempo dele foi me atacar, não respondeu a nenhuma das perguntas que eu fiz e não eram pegadinhas. Eram perguntas técnicas sobre questões sérias”, asseverou.
Ao fim do debate, nas considerações finais, Abilio agradeceu a população, sua família e equipe, pediu perdão aos cuiabanos pelas falas, muitas vezes, duras e pediu votos. Já Lúdio Cabral afirmou que fará um ‘governo de mudança e união’ para superar os problemas da cidade, principalmente na Saúde.
Avaliações
Ao avaliar seu desempenho, Abilio afirmou que apresentou suas propostas e destacou que quer acabar com a corrupção. Ele citou que os problemas da cidade existem devido à gestão Emanuel Pinheiro e alegou que este está ligado a Lúdio Cabral.
“Um grande problema de Cuiabá é a Saúde, mas a Saúde é o sintoma dos esquemas de corrupção que embrenharam a Prefeitura e para solucionar este problema tem que ter coragem, tem que ter postura, tem que se enfrentar, tem que fazer o posicionamento necessário, não dá para deixar Cuiabá nas mãos do grupo do Emanuel”, disse.
Com relação à estratégia de Lúdio, Abilio afirmou que o petista faz promessas irreais, enquanto ele traz propostas “pé no chão”, que não precisariam de apoio do governo federal para serem implantadas.
“Ele prometeu um milhão de árvores, agora ele prometeu 20 mil casas, o governo federal não mandou nenhuma casa do Minha Casa Minha Vida e já passou dois anos do mandato desse governo (…). Nossas propostas são pé no chão, possíveis de fazer, não são propostas que estão vinculadas ao governo federal, ou depende do governo federal para ser realizada. O Lula só tem mais dois anos de mandato e ele não trouxe nada até agora”, avaliou Abilio.
Lúdio avaliou sua participação positiva e disse que este debate foi importante para que a população possa perceber “o que cada um dos dois candidatos representa”. Ele pontuou que irá buscar, sim, recursos no governo federal e parcerias com o governo do Estado.
“Nós apresentamos propostas para a população, procuramos tratar dos temas reais da cidade, para que a população possa fazer uma avaliação e identificar qual dos dois candidatos está mais preparado, qual tem propostas de verdade, qual conhece com profundidade a realidade da cidade, quem vai governar para toda a população, vai realizar um governo de união, um governo de parceria com a sociedade civil, com o Governo do Estado, com o Governo Federal, que é onde nós temos que buscar recursos para colocar em prática as propostas do nosso plano de governo”.
Sobre a tentativa de vinculá-lo a Emanuel Pinheiro e de tentar indicar que o petista estaria irritado durante o debate, Lúdio apenas disse que Abilio tinha o objetivo de desviar o foco das perguntas e projetar nele um comportamento combativo, que é típico do candidato do PL.
“É a tática dele, de tentar colocar nos outros aquilo que ele está fazendo. Ele passou o tempo todo, ao invés de apresentar propostas para a população, me atacando. Todo o tempo dele foi pra me atacar (…). Ele não respondeu nenhuma das perguntas que eu fiz, nenhuma. E não eram pegadinhas, eram perguntas técnicas sobre questões sérias”.
(HNT/Folhamax)