Em 9 meses, MT registra 48 casos de meningite e 9 mortes da doença

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Nos últimos meses, o país registrou um aumento nos casos de meningite em diversos estados. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), em Mato Grosso, por exemplo, de janeiro a setembro deste ano, foram 48 casos com nove óbitos, sendo que durante todo o ano de 2021, foram 51 casos notificados com 14 mortes. Segundo a Secretaria de Estado e Saúde (SES-MT), está sendo disponibilizada a vacina meningocócica C que previne a doença para crianças de até 10 anos de idade não vacinadas e para trabalhadores da saúde em todas a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Estado.

No último dia 12, por exemplo, Carla Daniela Padilha da Silva, de 29 anos, morreu em menos de 24 horas, após ser diagnostica com suspeita de meningite meningocócica aguda na cidade de Sinop (479 km de Cuiabá). Ela buscou atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia anterior e, nos exames preliminares, os médicos já suspeitaram da doença. Ela recebeu toda assistência médica, no entanto, não resistiu à gravidade.

A faixa etária com maior risco de adoecimento são as crianças menores de um ano de idade. Segundo a SES, em Mato Grosso, a cobertura vacinal de crianças menores de um ano está em 49,8%, ou seja, existe uma baixa adesão ao imunizante por conta de os pais ou responsáveis não levarem para vacinação.

Segundo o Ministério da Saúde, os aumentos nos registros de casos estão espalhados pelo Brasil. Em setembro deste ano, o estado de São Paulo chegou a registrar um surto, com cinco casos da doença meningocócica (DM) do sorogrupo C, a mais frequente no Brasil, entre as meningites bacterianas. Nesse contexto, o Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação de crianças e adolescentes contra a meningite.

 AMPLIAÇÃO TEMPORÁRIA DAS VACINAS

A SES informa que, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), está sendo disponibilizada a vacina meningocócica C para crianças até 10 anos de idade não vacinadas e para trabalhadores da saúde em todas a Unidade Básica de Saúde do Estado. Além disso, está sendo ofertada temporariamente a vacina meningocócica ACWY para adolescentes não vacinados de 11 a 14 anos de idade.

A secretaria lembra que a vacina meningocócica ACWY (Conjugada) está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para adolescentes de 11 e 12 anos, mas até junho de 2023, adolescentes de 13 e 14 anos de idade também poderão se vacinar. A ampliação tem como objetivo reduzir o número de portadores da bactéria em nasofaringe.

O SES orienta a população a tomar algumas medidas de prevençã. Confira:

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites virais e bacterianas são as de maior importância para a saúde pública, considerando a magnitude de sua ocorrência e o potencial de produzir surtos.

Por ser uma doença que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos, para alguns destes existem medidas de prevenção primária, como vacinas e quimioprofilaxia (uso de antibiótico). A vacinação ainda é considerada a forma mais eficaz na prevenção.

No enfrentamento de um surto de doença meningocócica, a vacinação de bloqueio está indicada a partir da decisão conjunta das três esferas de gestão. A estratégia de vacinação é definida considerando a análise epidemiológica, as características da população e a área geográfica de ocorrência dos casos.

A faixa etária com maior risco de adoecimento é de crianças menores de um ano de idade, no entanto, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença.

Conforme o Ministério da Saúde, no Calendário Nacional de Vacinação, que contempla todas as fases da vida, existem sete vacinas que são recomendadas contra a doença e estão disponíveis por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), no posto de Unidade Básica de Saúde dos municípios. São elas:

– BCG: protege contra as formas graves da tuberculose, inclusive a meningite tuberculosa. Esquema vacinal: dose única (ao nascer);

– Penta: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Esquema vacinal: 1ª dose aos 2 meses de idade; 2ª dose aos 4 meses de idade e 3ª dose aos 6 meses de idade;

– Pneumocócica 10-valente (Conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Esquema vacinal: 1ª dose aos 2 meses de idade; 2ª dose aos 4 meses de idade e reforço aos 12 meses de idade;

– Pneumocócica 23-valente (Polissacarídica): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Uma dose é suficiente para conferir proteção contra os sorotipos dos pneumococos contidos na vacina. É disponibilizada para toda a população indígena acima de 5 anos de idade, sem comprovação da vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada). Para a população a partir de 60 anos de idade (institucionalizada), a revacinação é indicada uma única vez, devendo ser realizada 5 anos após a dose inicial;

– Pneumocócica 13-valente (Conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Essa vacina é disponibilizada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) para os seguintes grupos especiais: indivíduos ≥ 5 anos de idade, incluindo adultos nas condições de HIV/Aids, paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea);

– Meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C. Esquema vacinal: 1ª dose aos 3 meses de idade; 2ª dose aos 5 meses de idade e reforço aos 12 meses de idade;

– Meningocócica ACWY (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y. Esquema vacinal: uma dose em adolescentes de 11 e 12 de idade, a depender a situação vacinal.

Fonte: HNT