
A elefanta Kenya morreu na manhã desta terça-feira (16), aos 44 anos. A informação foi divulgada pelo Santuário de Elefantes Brasil (SEB), localizado em Chapada dos Guimarães (MT). O animal vinha enfrentando problemas de saúde nos últimos dias e estava sob acompanhamento intensivo da equipe veterinária e de tratadores.
Segundo o santuário, Kenya faleceu de forma tranquila, após passar a noite deitada, algo que não vinha conseguindo fazer nos dias anteriores. Durante a madrugada, ela permaneceu calma, com a respiração aparentemente mais leve, acompanhada de perto pela tratadora Michele e por Scott, que mantiveram vigília constante. Na manhã seguinte, a elefanta apresentou mudanças na respiração e emitiu um suave som, descrito pela equipe como um “trombetear de filhote”, antes de morrer rapidamente.
Veja vídeo da elefanta:
Em nota, o SEB destacou o forte vínculo construído entre Kenya, a equipe do santuário e pessoas de diferentes partes do mundo que acompanharam sua trajetória. “É raro que um elefante seja cercado por tanto amor”, afirmou a instituição, que também relatou o sentimento de vazio deixado pela perda de um dos animais mais marcantes já acolhidos pelo espaço.
Nos dias que antecederam a morte, o santuário havia informado uma aparente melhora no quadro clínico de Kenya. Ela apresentava problemas nas articulações da pata dianteira direita, condição associada a décadas vivendo em cativeiro sobre superfícies compactas, além de alterações respiratórias. Apesar das dificuldades, mantinha o apetite por frutas e vegetais, aceitava a medicação oferecida junto aos alimentos e demonstrava boa hidratação, inclusive ingerindo água, água de coco e bebidas isotônicas.

A equipe também relatou resposta positiva ao tratamento com antibióticos e analgésicos, além de colaboração durante procedimentos veterinários, algo considerado significativo devido ao histórico de resistência da elefanta a intervenções médicas no passado. Exames de sangue realizados anteriormente estavam dentro do esperado para a idade dela, e novas avaliações estavam programadas.
O santuário informou que um exame de necrópsia será realizado na elefanta, ainda nesta terça-feira, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O resultado deve demorar meses para sair.
Quem era Kenya
Kenya chegou ao Santuário de Elefantes Brasil em julho deste ano, após deixar o antigo Zoológico de Mendoza, na Argentina, onde viveu confinada por décadas, sem contato com outros elefantes e em condições consideradas inadequadas para o bem-estar da espécie. No santuário, passou a vivenciar um ambiente mais próximo do natural e construiu, aos poucos, um vínculo especial com a elefanta Pupy.
Mesmo após anos vivendo sozinha, Kenya demonstrou sensibilidade ao reconhecer as necessidades de Pupy, formando uma relação que, segundo o SEB, levou tempo para se consolidar, mas se tornou profunda e significativa. Pupy, no entanto, morreu em outubro, após seis meses no santuário, em decorrência de complicações de saúde.
O SEB informou que está em contato com uma universidade para a realização da necropsia de Kenya, que deve ocorrer ainda nesta terça-feira. Os resultados devem levar alguns meses para serem concluídos e serão divulgados assim que estiverem disponíveis. O local de descanso definitivo da elefanta será preparado ao lado de Pupy.
Em mensagem final, o santuário agradeceu as manifestações de apoio e solidariedade recebidas e destacou que, embora Kenya tenha partido fisicamente, sua história e legado permanecerão vivos na memória da equipe e das milhares de pessoas tocadas por sua trajetória. (Primeira Página)




