Dono de empresa de energia solar é acusado de usar nomes de mulheres para dar golpes

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O dono da empresa Lumina Solar, preso na quarta-feira (2), durante operação da Polícia Civil, foi acusado de usar o nome das mulheres com quem mantinha relacionamento para abrir empresas e dar golpes, causando um prejuízo de R$ 600 mil em contratos de energia solar. Além disso, ele ostentava uma vida de luxo nas redes sociais.

As investigações apontaram que o investigado de 40 anos abriu duas empresas para a instalação de usinas fotovoltaicas e tentou formalizar uma terceira com nome empresarial formado pelas iniciais do nome dele e de mulheres com quem mantinha relacionamentos, utilizando o mesmo nome fantasia em todas as empresas.

De acordo com o delegado da Decon, Rogério da Silva Ferreira, os problemas começaram quando ele passou a atrasar entregas e a instalar usinas com equipamentos com capacidade de geração de energia inferiores aos contratados pelos consumidores. Até o momento, foram identificadas seis vítimas em Cuiabá e uma no Pará, em um prejuízo de mais de R$ 600 mil.

Atrasos

Para justificar os atrasos nas entregas das usinas, os representantes da empresa de energia solar usavam várias desculpas, normalmente ligadas ao tempo chuvoso e ao atraso na entrega dos equipamentos por parte da distribuidora.

No mês de fevereiro de 2023, ele chegou a se passar por uma mulher chamada Kamila, se apresentando como funcionária do financeiro da empresa de energia solar, para enviar uma mensagem de texto para vários clientes dizendo que o proprietário da empresa havia perdido a família “em um drástico acidente” naquele fim de semana, colocando-se, ainda, à disposição de pessoas interessadas em fazer orçamentos com a empresa e justificando os atrasos por “questões climáticas”.

Em outra ocasião, o acusado disse para clientes que o caminhão de uma distribuidora de placas para energia solar havia tombado com os equipamentos adquiridos por ele para a instalação das usinas. Posteriormente, os próprios consumidores descobriram com os funcionários da distribuidora, que é uma das maiores da região, que não havia registro de qualquer acidente de caminhão da empresa e que o suspeito não era sócio da distribuidora, apenas utilizava o espaço da empresa para atender clientes e fechar contratos.

Vida luxuosa

Enquanto ludibriava os consumidores com desculpas para justificar os atrasos na entrega, o empresário ostentava uma vida de alto padrão nas redes sociais. Nas postagens, ele aparecia com a esposa e com a secretária da empresa em bares com samba e pagode, camarotes de jogos e futebol e do Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães.

Histórico

Além dos golpes aplicados, contra o investigado há mais de 10 boletins de ocorrência registrados por crimes contra o patrimônio, como furtos, roubos, estelionatos e receptações.

O delegado orienta que aqueles que tenham se sentido lesados em contratos com empresas de energia solar que procurem a polícia para fazer a denúncia.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a empresa buscando esclarecimentos, mas as ligações não foram atendidas e as mensagens não foram respondidas.

Fonte: Repórter MT