Disparada do coronavírus assusta e MT já admite adotar ‘lockdown’

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O secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, não descartou, durante live nas redes sociais nesta sexta-feira (08), a possibilidade do Estado adotar o sistema “lockdown” com medidas mais rígidas de isolamento social das que foram adotadas até agora. Segundo ele,  o quesito entra na “rota de fuga” do Estado se os casos de Covid-19 permanecerem subindo em Mato Grosso.

“Seria uma negligência de qualquer gestor não pensar nisso. Temos uma interrogação. Vamos chegar num momento que vamos perder da nossa capacidade hospitalar? Um colapso do sistema onde nós não vamos mais conseguir atender as pessoas nos nossas Unidades de Terapias Intensivas? Essa pergunta existe e nós temos a obrigação de pensar nisso em que pese que nós torcemos para que isso não aconteça”, colocou.

 “A cada dia fazemos análise dos dados e estamos pensando em alternativas. Percebemos no último boletim número crescente de casos e que estão chegando às UTIs. Começa a preocupar sim esse número crescente de hospitalização e principalmente dos que necessitam de UTI”, afirma o secretário.

Mato Grosso tem hoje 26 pacientes com covid-19 internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo que 50% são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este é o maior número de pacientes em estado grave desde o início da pandemia, elevando a taxa de ocupação de UTIs públicas para 12,25%. Cuiabá concentra o maior número de pacientes em leitos de UTI, 16 no total.

O modelo restritivo tem sido sugerido por especialistas e analisado pelo poder público em outras cidades do país, como Rio de Janeiro (RJ), onde o sistema público de saúde está perto do colapso com o aumento de números de casos. De acordo com o relatório oficial da Secretária de Estado e Saúde, na quarta-feira (06), Mato Grosso tinha 385 casos confirmados de Covid-19, já na quinta-feira (07) foram registrados 420 testes positivos da doença, um salto de 35 novas confirmações da doença em 24h e um total de 14 óbitos. Foi um número recorde para o estado.

Porém, o Estado ainda tem mais de 90 leitos de UTI “vagos” e deve inaugurar nos próximos dias um anexo no Hospital Metropolitano de Várzea Grande que, num primeiro momento, será destinado para atender apenas casos do novo coronavírus. Diante dos índices, que aumentam consideravelmente a cada dia, Figueiredo declarou que com o cenário incerto, sem expectativas para o pico da doença, o Estado pode aderir a tática do lockdown se a tendência de confirmações continuarem ampliando. “Então, existe sim. O Governo do Estado tem um comitê de situação que vai se reunir agora nas terças-feiras, sempre analisando o comportamento da pandemia no Estado de Mato Grosso e a luz dessas informações vai tomar decisões”, finalizou.

Confira o vídeo:

Pacientes de outros estados

Gilberto Figueiredo negou nesta sexta-feira (8) que estejam ocorrendo entradas de pacientes da covid-19 vindos de outros Estados em hospitais mato-grossenses. A hipótese de casos pontuais de “importação” estaria relacionada a episódios de contágio assintomático, ou seja, de pessoas que chegaram a Mato Grosso sem o diagnóstico da doença e podem ter sido atendidas, mais tarde, na rede de saúde estadual. 

“Não existe importação de pacientes. Não estamos recebendo oficialmente pacientes que estavam em tratamento outros Estados e, agora, estão se tratando aqui. Mas nós temos fronteiras com outros Estados e países, então, provavelmente, existe esse fluxo”, ele disse.

Conforme o secretário, as regras de saúde estabelecidas no Brasil impedem que pacientes oficiais da covid-19 saiam de uma localidade para outra. Se houver flagrante sanitário, a pessoa fica sujeita até a prisão.

Contudo, ao mesmo tempo, não há impedimento para pessoas sem o diagnóstico da doença de fazer traslados. E nesse grupo podem estar inclusos contágios não identificados. 

“Se o cidadão sai de Mato Grosso para outro Estado e lá é diagnosticado com a covid-19, ele será atendido lá. Um cidadão que esteja com diagnóstico positivo, tem que, por lei legal, estar em isolamento, quarentena”, complementou.

Fonte: Redação/Folhamax/Repórter MT/O Livre