Em 4 anos, os investigados pela operação Cartão Vermelho desviaram mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul.
O esquema de corrupção foi investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) durante 20 meses e nesta terça-feira (21) sete pessoas envolvidas nos crimes são alvos de prisão preventiva; entre elas o presidente da Federação, Francisco Cezário de Oliveira.
Segundo o Gaeco, ao longo dos meses de investigação, as equipes identificaram a existência de um grupo dentro da Federação que desviava valores recebidos do governo do estado – por meio de convênio, subvenção ou termo de fomento – e até mesmo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
-
Operação mandou prender presidente da Federação de Futebol Foto: Reprodução/G1
Para isso, sacavam dinheiro em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. Os valores retirados eram sempre menores que R$ 5 mil, uma “manobra” para não alertar os órgãos de controle.
Depois, os valores retirados eram divididos entre os integrantes do esquema. Ao longo das investigações, a organização criminosa realizou mais de 1.200 saques, que ultrapassaram R$ 3 milhões de desvio.
Também foi identificado um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol. O mesmo se repetia em outros estabelecimentos.
Conforme o Gaeco, os estabelecimentos recebiam “altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul” e depois tinham que devolver para os integrantes do esquema parte dos valores. Em 4 anos e cinco meses, o grupo desviou mais de R$ 6 milhões.
“Ao todo, os valores desviados, no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023, da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul superaram a casa dos R$ 6 milhões de reais”.
A ação
Por isso, nesta terça-feira, os policiais militares do Gaeco foram as ruas para cumprir sete mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
Em poucas horas de ação, foram apreendidos mais de 800 mil reais em dinheiro, uma arma e munições. Não há informações na casa de quem os valores foram encontrados.
A sede da Federação e as casas de Francisco Cezário de Oliveira e da irmã dele, estão entre os alvos de busca. O presidente da entidade também é um dos envolvidos com mandado de prisão expedido pela justiça.
Além disso, a Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) participa da ação, o que sinaliza a participação de advogados nos crimes.
Fonte: Primeira Página