Milhares de mato-grossenses vêm sofrendo duramente a escassez de dinheiro causados pela pandemia de Covid-19, aumentando a quantidade de pessoas que dependem de subempregos.
Os impactos sociais e econômicos causados pela pandemia do Coronavírus, como é de conhecimento popular, vêm se intensificando cada dia mais, à medida que as medidas restritivas se estendem para mitigar o contágio, mais de um ano após o início deste trágico momento vivido pela sociedade mundial.
Os índices de desemprego, que não eram baixos no Brasil, ficaram ainda piores, levando milhares de famílias à condição de extrema pobreza. De certa forma, o auxílio emergencial deu sobrevida à estas famílias, no entanto com o seu fim, vários destas pessoas tiveram de buscar atividades de subemprego para sobreviverem.
Em Mato Grosso, essa situação é calamitante: de acordo com o Secretário de Fazenda do Estado, Rogério Gallo, em recente audiência pública realizada pela Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária da Assembleia Legislativa, existem atualmente cerca de 132 mil pessoas que ganham apenas R$ 89 por mês.
Com esse contexto caótico, o aterro sanitário tem sido o destino de vários trabalhadores. A situação é desesperadora afinal, além da baixa renda que pode ser obtida nesta atividade, o trabalho ocorre em condições altamente insalubres, fazendo com que os trabalhadores fiquem ainda mais vulneráveis à Covid. Inclusive, um trabalhador do aterro sanitário municipal de Cuiabá faleceu no mês de março de 2021, vítima da doença.
A equipe de reportagem O Bom da Notícia conversou com Thiago Duarte, que é representante do Movimento Nacional de Catadores em Cuiabá. De acordo com Thiago, existem na capital mato-grossense 329 famílias que dependem do que catam no lixão, número que antes da pandemia ficava na casa de 100 famílias. Ou seja, mais que triplicou o número de famílias que dependem hoje deste trabalho.
“O governo estadual tem nos ajudado como pode, com cestas básicas. A prefeitura também tem nos ajudado com alimentação no almoço e vacinação. Há também a previsão de serem concedidos materiais de higiene pessoal, EPI’s e o auxílio emergencial para catadores, além do programa de formação profissionalizante para essas pessoas terem melhores oportunidades no mercado de trabalho”, declarou Thiago.
Há um outro detalhe que afeta ainda mais afeta a vida destas pessoas: o aterro de Cuiabá foi privatizado. De acordo com Thiago, há uma preocupação de que em algum momento a empresa que administra o aterro impeça os catadores de trabalharem no local, o que tornaria a vida desses trabalhadores ainda mais árdua.
Para doações para os catadores, de alimentos e outros produtos, de higiene pessoal e limpeza, por exemplo, deve -se entrar contato com o Movimento dos Catadores de Materiais Recicláveis, através do telefone (65) 99217-9380 (Thiago Duarte).
Fonte: O Bom da Notícia