Deputados pedem investigação e cogitam anulação do concurso da Segurança

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Após uma ‘avalanche’ de denúncias sobre possíveis irregularidades na aplicação das provas do concurso público da Segurança Pública, realizada no domingo (20), deputados estaduais cobram uma ação do governo e pedem que o Ministério Público apure as informações que estão sendo levantadas.

O deputado Delegado Claudinei (União) disse que os problemas já eram previstos desde o início do certame. Ele comenta que recebeu mais de 300 denúncias. Os principais apontamentos são quanto ao uso de celular no local de aplicação de prova, ausência de detector de metal, falta de fiscalização e de pessoas que chegaram atrasadas e, ainda assim, realizaram a prova.

O parlamentar comentou que apresentará na Assembleia Legislativa um requerimento de informações ao governador Mauro Mendes (União) e ao secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, questionando sobre as medidas que deverão ser adotadas após as ocorrências. Ele também pretende enviar um pedido para que o Ministério Público do Estado (MP-MT) adote providências.

“Foram muitas irregularidades. O Estado arrecadou muito com o concurso, foram mais de 65 mil pessoas inscritas. A cada dois minutos recebemos denúncias. Providências devem ser adotadas, porque não podemos deixar os candidatos sem respostas. Esse concurso é importante para atender a demanda da área no interior”, disse.

Já a deputada Janaina Riva (MDB) conta que recebeu informações de pagamento realizado sem identificação no sistema, que levou à exclusão indevida do candidato na lista de divulgação do local de prova; candidato que efetuou pagamento e não foi permitido realizar a prova; e ausência de coletor de digitais.

A parlamentar protocolou na manhã desta terça-feira (22) um pedido de providências à Casa Civil. Ela defende que, caso sejam comprovadas as denúncias, o concurso deve ser anulado.

“É imprescindível que sejam tomadas providências necessárias para dar legitimidade ao certame ou caso sejam comprovadas as reclamações, a consequente anulação do certame e marcação de nova data para avaliação dos candidatos, preservando a segurança jurídica e primando pela aprovação lícita dos candidatos”, diz trecho do documento.

PRISÕES

No domingo, quatro pessoas foram presas em flagrante por suspeita de tentar fraudar a prova do concurso no município de Cáceres. Segundo a Polícia Civil, as prisões ocorreram após investigação para apurar uma denúncia de que um candidato teria contratado outra pessoa para fazer a prova em seu lugar.

OUTRO LADO

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) disse que, embora seja responsável pela realização do concurso, a aplicação das provas foi de responsabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A reportagem entrou em contato com a universidade, mas até o fechamento da matéria não tivemos posicionamento.

O Ministério Público comentou que a Ouvidoria recebeu mais de 30 denúncias até segunda-feira (21). Entre elas, suposta ausência de detectores de metal, celular vibrando em sala de aula e pessoas que fizeram selfies no local da prova.

De acordo com o órgão, as denúncias serão encaminhadas para análise do Núcleo de Promotorias da Cidadania.

Fonte: Estadão de MT