Deputado cita prisão de PMs para defender câmeras nas fardas

Fonte:

O deputado estadual Wilson Santos (PSD) citou a Operação Simulacrum, que prendeu 64 policiais militares por supostas execuções, para defender o projeto de implantação de câmeras nas fardas e viaturas. Ele defendeu o projeto na tribuna durante a sessão de sexta-feira (1º).

A operação em questão, deflagrada pela Polícia Civil e Ministério Público do Estado (MPE), investiga supostos confrontos na região metropolitana. Segundo a apuração, os policiais militares planejavam falsos crimes para atrair criminosos e executá-los. As execuções eram disfarçadas de confrontos.

Wilson é autor do projeto de lei apresentado em julho do ano passado que determina a instalação de câmeras de segurança nos veículos, aeronaves e fardas. Para o deputado, essas imagens servirão como prova para defender os policiais. Por causa da polêmica, a tramitação do projeto anda a passos lentos.

“Se tiver câmera vai ter como provar. Hoje não tem nada para se defender. Esse assunto é gravíssimo. Na minha opinião, para o futuro, se tiver a câmera, pode ter certeza que aquelas imagens e áudios servirão de provas para a defesa desses policiais”, argumentou Wilson.

Wilson foi apoiado pelo colega Valdir Barranco (PT). “As câmeras devem sim ser utilizadas como já ocorre na Europa e nos Estados Unidos. Se tivéssemos as câmeras, poderiam usar nesse momento para provar algo tão importante”.

Apesar da defesa de que os bons policiais estarão protegidos pelas câmeras, os representantes da Segurança Pública na Assembleia – João Batista (PP), Elizeu Nascimento (PL) e Delegado Claudinei (PL) – discordam do projeto, o qual afirmam ser benéfico apenas para os bandidos.

João Batista defendeu os policiais presos na operação e enfatizou que são comuns os casos em que mesmo com a prisão depois os acusados provam a inocência.

“As acusações feitas a esses policiais podem muito bem ser desmentidas. Vamos esperar, porque já foi exposto o nome dos policiais. Expondo de forma antecipada mães e pais de família que prestaram anos de serviço e ainda não foram julgados”, defendeu João Batista.

Para o deputado, as câmeras são uma forma de podar o trabalho dos policiais. “A quem interessa o cabresto na polícia? Eu sou pai de militar. Não entreguei ele para o Estado para amanhã ele hesitar em defender a sociedade. Eu mesmo, fiz concurso para arriscar a vida pela sociedade e não para dar moleza para vagabundo e depois chegar lá de peito aberto”.

Fonte: gazetadigital