Denúncia de esquema do CV ainda ‘é um boato’, diz prefeito eleito; veja vídeo

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O prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou, nesta sexta-feira (8), que ainda são “um boato” as informações que recebeu, de que a facção criminosa Comando Vermelho estaria se envolvendo na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá.

Por isso, conforme salientou, ainda não revelou o nome de nenhum vereador eleito envolvido supostamente com o crime organizado.

De acordo com a denúncia – feita antes pelo vereador eleito Rafael Ranalli (PL) -, pelo menos quatro candidatos teriam contado com apoio logístico e financeiro da facção criminosa, na disputa por vagas no Legislativo cuiabano, em outubro passado.

Em entrevista, Abílio disse que “o que precisava já contei, já contei para o delegado, para outras pessoas”.

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Disse que fez isso “de forma sigilosa”, com nomes pessoas, “até que se abra um investigação correta”.

Nesta semana, o prefeito eleito já havia afirmado que estava “juntando provas” para fazer uma denúncia formal no Ministério Público Estadual (MPE) e Polícia Civil.

Ele também informou que vai conversar com o secretário de Segurança Pública do Estado, coronel PM César Roveri, para relatar a situação.

O governador Mauro Mendes (União) determinou que o secretário adotasse providências diante das denúncias.

“A gente ainda vai conversar com o secretário. Vamos conversar com a delegada-geral [Daniela Maidel] e vamos apresentar para eles as informações que a gente tem para que possamos ter as providências tomadas”, afirmou.

“[…] Vamos pedir para que eles façam a investigação. Eles têm os instrumentos necessários para fazer isso e acredito que no tempo certo aparecerão as respostas”, disse Abílio.

Na entrevista, afirmou que não teme riscos ao expor a suspeita de envolvimento do Comando Vermelho na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal.

Nesta semana, ele denunciou que alguns vereadores – cujos nomes manteve em sigilo – relataram ter recebido propostas de R$ 200 mil para para votar em determinado candidato à Mesa e que esse dinheiro viria “de uma facção criminosa”.

Segundo Abilio, a estratégia seria colocar um vereador aliado ao grupo criminoso no comando da Casa.

“Entenda… Expor essa situação até me protege fisicamente, porque quando você tem uma informação e está guardando… Pronto, já não estou mais guardando, a informação está pública. Isso já me protege, não tem risco da pessoa querer fazer alguma coisa contra o Abilio ‘porque se ele contar…’”, disse à imprensa.

Sobre se isso poderia causar um desgaste na sua gestão, caso a denúncia seja falsa, ele rechaçou a ideia.

“Não tem nada a ver, até porque não estou dando os nomes. As pessoas que me passaram essa informação falaram que receberam essas informações de uma forma que não poderia colocar publicamente. Por isso, estou tendo todo o cuidado possível para não colocar o nome de quem está recebendo dinheiro e de quem está dando dinheiro para não trazer nenhum tipo de constrangimento”, disse.

O prefeito eleito sugeriu, porém, que pessoas envolvidas no caso teriam sido alvos de duas operações: Pubblicare e Ragnatela.

Ambas ações, deflagradas pela Polícia Federal, tiveram como alvo o vereador Paulo Henrique (MDB), que não foi reeleito.

Ele foi denunciado pelo MPE de ligação com o CV, em um esquema de lavagem de dinheiro com a realização de shows em casas noturnas de Cuiabá;.

SÓ EM JANEIRO – Embora tenha citado, em mais de uma ocasião, a suposta infiltração do crime organizado na Câmara de Cuiabá, o vereador eleito Rafael Ranalli (PL) afirmou que formalizará suas acusações às autoridades policiais apenas quando tomar posse, em janeiro de 2025.

“Com qualquer argumento, eu vou denunciar. A denúncia eu vou fazer no dia que eu tomar posse, porque eu quero fazer essa denúncia como vereador. Vou fazer um ofício sigiloso, obviamente, até porque eu gosto de frisar: ‘eu sou da entorpecentes, eu não sou da delegacia de combate ao crime organizado’. A gente tem que fazer tudo dentro dos trâmites”, declarou Ranalli, em entrevista nesta sexta-feira (8).

Segundo Rafael Ranalli, cerca de cinco ou seis vereadores teriam recebido apoio da facção Comando Vermelho.

As informações, conforme o vereador eleito, foram obtidas durante a campanha eleitoral, quando ele ouviu relatos de moradores, que teriam sido coagidos pelo crime organizado a votar em determinados candidatos.

Fonte: Diário de Cuiabá