Delegado critica punição a menores que mataram motoristas de aplicativo: “Três anos de internação é pouco”

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O delegado Nilson Faria, da Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, disse ao RepórterMT que é a favor de mudanças na legislação do país para que menores de idade que cometam crimes violentos sejam punidos com mais rigor. O tema veio à tona após dois menores de idade serem apreendidos e um adulto preso por assassinarem e roubarem três motoristas de aplicativo.

“É um debate que demanda análise do Congresso e mudança da legislação. Mas a meu ver, para ser justo, para que seja uma legislação justa, em casos de extrema violência, independente da idade, a partir dos 12 anos que, vamos dizer, tem o mínimo discernimento, não tem como ficar só três anos recluso”, disse.

“Infelizmente, a lei é clara. Provavelmente os menores vão ficar três anos, mas aí não é culpa minha, é da legislação. A minha opinião, como delegado, é que a legislação deve ser mudada. A despeito de serem pessoas em condição especial de desenvolvimento, a partir do momento em que você tem atos infracionais análogos a crimes praticados com extrema violência, esses casos têm que ser tratados de forma diferente”, completou.

Na noite dessa segunda-feira (15), Lucas Ferreira da Silva e dois adolescentes de 15 e 17 anos foram capturados e confessaram o assassinato de três motoristas que atuavam em aplicativos de mobilidade.

Márcio Rogério Carneiro, Elizeu Rosa Coelho e Nilson Nogueira foram atraídos para uma viagem pelos criminosos. Rendidos, foram levados para um local ermo, onde foram assassinados.

O delegado disse ver com bons olhos a proposta da senadora mato-grossense Margareth Buzetti (PSD), que propôs aumento do tempo de internação de menores infratores para até seis anos.

Nilson Faria pediu à bancada federal de Mato Grosso no Congresso Nacional que tente mudar essa situação.

“No caso deles, em que se começa a ter prazer em tirar vida de outras pessoas, não tem como você deixar só três anos recluso porque você gera uma sensação de impunidade na sociedade, mas essa é a minha visão como delegado, como cidadão. Peço, quem sabe, aos nossos deputados que tentem mudar essa legislação”, disse o delegado.

Fonte: Repórter MT