Delegado atira e atinge rosto de empresário durante operação em Várzea Grande

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O delegado de Polícia Civil de Mato Grosso, Ruy Guilherme Peral, atirou no rosto do empresário Antônio Marcos Santos Silva durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa dele, em Várzea Grande, nessa quinta-feira (10). Peral registrou um boletim de ocorrência afirmando que agiu em legítima defesa.

A esposa do empresário também registrou um B.O e apontou tentativa de homicídio por parte do delegado contra o marido. Antônio foi socorrido e está internado no Complexo Hospitalar de Cuiabá. O tiro pegou de raspão e ele não corre risco de morte.

O mandado contra o empresário fui expedido no âmbito da Operação Bittrack, da Polícia Civil de Santa Catarina, que apura os crimes de furto eletrônico e lavagem de dinheiro na ordem de R$ 644 mil.

Peral afirmou que ele abriu o portão da casa, mas logo em seguida fechou. O delegado disse ter explicado que se tratava da polícia, mas Antônio teria insistido no fechamento do portão, sendo necessário forçar a entrada.

“Nesse instante, o comunicante visualizou o suspeito ainda bem próximo ao portão realizando movimento brusco com um objeto escuro em suas mãos levantando rumo ao comunicante e aparentando ser arma de fogo; que, ao tempo em que o comunicante empurrava o portão com uma das mãos, foi necessário efetuar um tiro para repelir a injusta e iminente agressão ao comunicante e à equipe policial”, diz trecho do B.O registrado por Peral.

O delegado ainda acrescentou que havia informações no sentido de que o empresário possuía armas de fogo, bem como se tratava de pessoa de alta periculosidade, acusado de ser membro da facção criminosa Comando Vermelho.

Peral admitiu, porém, que, posteriormente, verificou que o objeto se tratava de um aparelho celular de cor escura que estava na mão do suspeito. “Que imediatamente, o comunicante, juntamente com outros policiais, realizaram o socorro do suspeito até o pronto-socorro de Várzea Grande, o qual foi avaliado pelos profissionais de saúde e foi informado que não havia risco de morte, enquanto outros policiais davam cumprimento ao mandado de busca e apreensão; que, durante o socorro, o suspeito optou por continuar o atendimento no Hospital Jardim Cuiabá”, diz outro trecho do boletim de ocorrência.

Ainda conforme o delegado, na casa do empresário foi apreendido a quantia de R$ 125.814,00 sem origem lícita. Diante disso, ele recebeu voz de prisão em flagrante no hospital.

Ainda segundo Peral, Antônio e sua empresa Semear LTDA, já foram alvo de operação da Polícia Federal.

 “Tentativa de homicídio”

 A esposa do empresário afirmou que em nenhum momento ele esboçou qualquer reação à abordagem policial. “Foi atingido criminosamente com tiro à queima-roupa que atingiu sua face de forma frontal”, alegou.

A mulher também relatou que após o disparo, o cachorro da residência se assustou o delegado teria verbalizado que se o animal avançasse na equipe, “seria mais um que iria morrer”.

A Polícia Civil emitiu nota sobre o assunto. Confira a baixo:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Polícia Civil confirma o cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar, na quinta-feira (10.10), em uma residência no bairro Canelas, em Várzea Grande.

A ação foi realizada pela 1ª Delegacia de Várzea Grande em apoio a Operação Bittrack, deflagrada pela Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, para apurar o furto eletrônico e lavagem de dinheiro de quase R$ 650 mil.

Ao ser abordado na residência, o suspeito de 30 anos, desobedeceu às ordens e tentou impedir a entrada da equipe no local. Diante do uso de força e resistência do alvo, foi efetuado pelo delegado um disparo de arma de fogo que atingiu de raspão o investigado.

No imóvel foi apreendido o valor de R$ 125 mil em dinheiro, sem comprovação de origem, indicando em tese a prática de crime de lavagem de dinheiro, razão pela qual o suspeito foi preso em flagrante delito.

Em seguida o homem foi encaminhado para atendimento médico. Após alta médica ele foi levado para Central de Flagrante de VG,  ouvido e autuado por ocultar ou dissimular bens, direitos ou valores provenientes de infração penal e desobediência.

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil foi acionada e está acompanhando a ocorrência. Cópias dos documentos confeccionados nos autos foram recebidos pela Corregedoria, que já instaurou um procedimento para completa apuração dos fatos. Fonte: O Documento