A ministra conselheira da embaixada da China no Brasil, Xia Xiaoling, e diretores da empresa estatal chinesa China Railway Construction Corporation Limited (CRCC), estiveram em reunião com o governador Pedro Taques nesta terça-feira (09.08). A comitiva pediu apoio do Governo estadual aos projetos de construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, que ligará vários estados e municípios, especialmente de Mato Grosso, ao Oceano Pacífico.
Segundo a ministra, a ferrovia faz parte de um termo de cooperação entre Brasil e China, com o objetivo de fomentar a relação econômica entre os dois países. Sendo Mato Grosso o maior exportador brasileiro àquele país, Xia Xiaoling considera o apoio do governador Pedro Taques essencial.
“A partir de agora estamos confiantes de que podemos contar com o apoio de Mato Grosso nesta cooperação entre Brasil e China. É um estado muito rico em recursos agrícolas, mas precisa de investimentos em infraestrutura para escoamento. A China é muito forte no setor de construção e tem recursos para investir. Esperamos que a partir de agora nossa cooperação ajude no desenvolvimento econômico dos dois países”, afirmou a ministra.
A CRCC é uma empresa pública e hoje figura como a maior em construção e engenharia do mundo, com mais de 60 mil quilômetros de ferrovias construídos. A delegação chinesa deve se encontrar nos próximos dias com ministros do governo federal brasileiro para apresentar a empresa e discutir o projeto.
“Esse trabalho vai beneficiar muito os dois países, além de gerar milhares de empregos, pois contrataremos mão de obra local. A China tem a tecnologia, tem técnicos e engenheiros excelentes e Mato Grosso, como o maior produtor agropecuário brasileiro e maior exportador para a China, será o maior beneficiado com essa parceria”, afirmou o diretor da CRCC no Brasil, Hebert Pasquini.
De acordo com o secretário de Infraestrutura de Mato Grosso, Marcelo Duarte, a ferrovia beneficiará vários municípios mato-grossenses, proporcionando o crescimento da economia. “Esse projeto liga a ferrovia Norte Sul, em Goiás, até Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, permitindo o escoamento da safra pelo Oceano Pacífico. São quase 900 quilômetros. O Governo de Mato Grosso agirá agora para sensibilizar o Governo Federal a dar início a essas obras e, em um segundo momento, trabalhará diretamente com os estudos técnicos de viabilidade e todos os demais detalhes do projeto, levando uma proposta concreta à frente”, explicou.
A ferrovia
A Bioceânica vai abrir uma nova rota de escoamento da produção brasileira passando pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre, e, atravessando o Peru, chegar ao Oceano Pacífico. Atualmente, os produtos exportados para o mercado asiático são escoados somente via Canal do Panamá.
A futura ferrovia poderá também enviar a produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro para os portos do Norte e Sudeste, através da Ferrovia Norte-Sul, quando exportadas para Europa e Oriente Médio, o que abre ainda mais oportunidades logísticas.