Em 28 de outubro de 2023, Waldete Cabral, 62, e outros 4 amigos investiram, ao todo, R$ 920 mil em uma carteira de investimentos financeiros, administrada pela Sbaraini Capital. Waldete conheceu a empresa por meio de uma amiga, corretora da empresa na época, e, pela relação de confiança, retirou o dinheiro da poupança e aplicou pela investidora com a promessa de ganhos mensais de 1,5%.
Entretanto, aquilo que se apresentou como uma oportunidade rentável, rapidamente se virou contra ela. Em 28 de novembro daquele ano, um mês depois de enviar o dinheiro à empresa, Waldete tentou acessar sua conta para conferir os rendimentos, mas não conseguiu. Estava bloqueada e foi aí que notou inconsistência nas promessas da empresa.
A investidora descobriu que uma decisão da Justiça Federal bloqueou as contas da Sbaraini, que, por sua vez, bloqueou o acesso de milhares de investidores em todo o Brasil. No meio desta situação, os cinco amigos de Cuiabá viram suas economias em risco.
Ao Gazeta Digital, Waldete contou que a primeira pessoa a quem recorreu depois disso tudo foi a amiga, a corretora da Sbaraini que havia indicado o investimento. Depois do imbróglio com a Justiça, a corretora saiu da empresa e foi trabalhar em outro lugar.
“Ela (a corretora) não avisou a gente. Ela ficou quieta. A gente só foi saber quando entrou no site para ver a movimentação, e tinha lá um ofício da Sbaraini falando que por uma decisão judicial a empresa tinha sido bloqueada e tinha que aguardar informações. Quando eu entrei em contato com ela (a corretora), ela falou: ‘agora a coisa não é mais comigo, vocês vão ter que se reportar ao representante legal da empresa’. Só isso”, explica Waldete, indignada.
Hoje, mais de 10 meses depois, Waldete e os colegas ainda não viram a cor do dinheiro investido.
Pessoas do Brasil inteiro estão processando a Sbaraini. No site “Reclame Aqui”, a empresa soma centenas de queixas nos últimos meses.
A empresa de investimentos afirma que concluiu cerca de de 3 mil acordos até o momento.
O Gazeta Digital entrou em contato com a Sbaraini e questionou sobre a liberação do dinheiro do grupo de cuiabanos e demais clientes. A empresa, por meio de nota, afirmou que está em “fase avançada” de negociação de acordos com as vítimas.
“Desde setembro, mais de 3.000 acordos foram formalizados. Reafirmamos nosso compromisso de seguir rigorosamente as determinações legais e regulatórias, assegurando que todos os nossos clientes sejam devidamente atendidos e os acordos cumpridos em sua totalidade”, diz trecho da nota.
Fonte: Gazeta Digital