Nascem em média 12 bebês com Síndrome de Down por ano em Mato Grosso. Em 2001, foi a vez da cuiabana Mariana Ribeiro Delatorre, a “Nana”. Mas, apesar das dificuldades que a alteração do cromossomo 21 traz, isso não a impede de viver a vida, sempre surpreendendo e superando. Aos 21 anos, faz faculdade de Pedagogia, está pesquisando sobre massagem e, na rede, iniciou carreira de influenciadora digital. A matéria foi publicada no site RD News, neste domingo.
Além de estudar – física, química, história, filosofia, inglês, suas matérias preferidas – Mariana gosta também de dançar funk, se arrumar, ficar bonita, mexer no cabelo, passar maquiagem, fazer as unhas das mãos e pés e principalmente navegar na internet. “Onde estou tem que ter wife”.
Nesta pandemia, tem ficado a maior parte do tempo em casa, entediada. Portadores de Síndrome de Down são grupo de risco, então todo cuidado é pouco. Sendo assim, está aproveitando para aprimorar técnicas de fotografia e vídeo e começar carreira como influenciadora digital. Ela tem Instagram e Facebook, onde aparece como uma garota comum – com seus desejos e sonhos – e que, sim, tem a alteração cromossômica, mas também outras características.
Está aproveitando o isolamento social ainda para estudar sobre massagem, porque também quer trabalhar com isso.
O diagnóstico
A apreensão inicial dos pais – a engenheira civil Sônia e o músico Joel – transformou-se, ao longo do tempo, em orgulho.
O casal soube na gravidez que Mariana poderia ter a síndrome. Era um caso suspeito, mas não quis confirmar, com exame específico. Os dois receberiam a filha com amor, se nascesse Down ou não. Com o parto, a suspeita se confirmou.
Estímulo é tudo
Desde a infância, a menina teve estímulos: aulas de balé, judô, natação, embora nadar, lidar com a água, seja um desafio para ela até hoje. Amor, carinho, atenção, acompanhamento da saúde. Tudo isso, na opinião da mãe, fez ela acredita em si.
Tanto é que terminou o Ensino Médio, tendo repetido apenas um ano, e fez o Enem, sendo a única “especial” no local de prova. Isso demonstra que poucos chegam lá.
Pai, a mãe, o irmão, a avó e Mariana, com sua família: é muito apoio e estímulos desde cedo
Pessoa comum
Na escola, Mariana sempre tinha muitos amigos. Alunos e professores, que, segundo diz, viam nela outras características além da síndrome. “Sou baixinha, gosto de estudar, quer dizer, não tenho só síndrome”.
Na faculdade, ela também é cheia de amigas, porém todas já mais velhas e casadas. Questionada se, como elas, pretende namorar, casar ter filhos, diz que sim: “Ai meu Deus, já começou. Não tenho nenhum boy, mas gostaria muito, muito, muito de ter, quero namorar e tenho curiosidade, conhecer alguém, um menino para me conquistar. E tenho vontade de casar sim, depois, mais tarde, e ter também filhos”.
Ela segue no Instagram uma influenciadora que também tem Síndrome de Down e tem namorado, a Thati Piancastelli. Thati diz que “ser diferente é normal”. Segue ainda uma outra, a Cacai Bauer, que fala sobre ser jovem e ter Síndrome de Down.
Outra influencidora que faz muito sucesso na rede, e tem Síndrome de Down, é Mariana Educada, que tem 7 anos e mais de 1 milhão de seguidores. Ela fala sobre coisas cotidianas, com participação da mãe, que está sempre ao lado.
A cuiabana Mariana também diz que a mãe é a pessoa mais importante de sua vida. “Minha melhor amiga”. Ela também cita o irmão, a avó e o pai, que lhe compôs uma música quando nasceu. “Nana, você é feliz, importante é ser feliz”, canta.
Fonte: RD News