Hoje, o eleitor de Cuiabá vai escolher entre Emanuel Pinheiro (PMDB) e Wilson Santos (PSDB) quem será o novo prefeito de Cuiabá. Para facilitar ao eleitor em sua escolha, o DIÁRIO publica uma síntese das principais propostas dos dois candidatos, para os principais problemas da cidade.
EDUCAÇÃO – Apesar da construção de creches e reforma de escolas havidas nos últimos anos em Cuiabá, o ensino, em si, não melhora em Cuiabá. A gestão Mauro Mendes abriu mais de três mil vagas na Educação Infantil, com a construção de 14 novos centros municipais de educação infantil (CMEI), em parceira com o governo federal – e ainda iniciou cerca de 100 obras de ampliação e construção de escolas.
Nenhum prédio bonito, porém tirou até agora o medo e a tremedeira das crianças e adolescentes cuiabanos diante de uma prova de língua portuguesa ou matemática.
Segundo especialistas, a formação de professores, o estabelecimento da meta de alfabetização no primeiro – e não no 3º ano do Ensino Fundamental, a inclusão de novas tecnologias de aprendizado e, principalmente, a despolitização do ensino é que trariam resultado em médio e longo prazos.
O próximo prefeito vai pegar a Secretaria Municipal de Educação com cerca de 8 mil funcionários (a maioria de temporários), em uma rede com mais de 50 mil alunos e mais de 160 escolas ou creches, nas zonas rural e urbana de Cuiabá.
Wilson Santos promete continuar as obras de Mauro Mendes e investir na formação de professores. Suas propostas são ampliar a oferta de vagas através de novos CMEIs; reformar escolas e creches; ampliar a oferta do ensino integral; aumentar o número de entrega dos equipamentos tecnológicos educacionais (lousa digital, software e hardware/mesas educacionais e tablets); avançar no combate ao analfabetismo, assegurar que as unidades de ensino funcionem com segurança, conforto e acessibilidade; valorizar e formar continuamente os profissionais da rede municipal de ensino, com foco na gestão de resultados; e estimular o uso de produtos orgânicos na merenda escolar.
Já Emanuel Pinheiro promete atender, de forma integrada com o Estado, a demanda do aluno a partir dos 4 anos de idade; criar bibliotecas infantis e brinquedotecas; garantir salas de aula com material adequado e espaço de recreação ao ar livre; oferecer serviços de alimentação, bem como os de saúde bucal; oferecer acesso à informática, cumprindo a responsabilidade de inclusão digital; atender à demanda de alunos com idade de seis anos completos em março; acompanhar a situação dos alunos a partir de avaliação externa e do MEC; criar espaços adequados para a prática da educação, ou buscá-los em parceria com a comunidade; criar oportunidades de ofertas de aulas em turno integral; e integrar-se aos programas e projetos oferecidos pelo Estado e/ou União.
SAÚDE – A depender dos candidatos a prefeito de Cuiabá na eleição deste ano, o atendimento a pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na capital vai rivalizar muito com o de clínicas e hospitais particulares.
Em comum, todos têm a melhoria dos serviços de saúde como prioridade, prometem investir em prevenção e, mesmo com as falhas de um sistema considerado impossível de administrar, nenhum candidato ataca frontalmente a política adotada pelo prefeito Mauro Mendes (PSB).
Pelo contrário, todos afirmam que vão continuar as obras de duas unidades de pronto-atendimento (UPAs) e a tão esperada construção do hospital e pronto-socorro municipal, até porque, nesse último caso, o grosso do investimento – R$ 50 milhões – é do governo do Estado. O município está entrando com cerca de R$ 25 milhões.
Se não errar muito, o próximo prefeito de Cuiabá poderá contar, em seu segundo ano de mandato, com a melhor estrutura de saúde pública que a cidade já teve. Além do Hospital São Benedito, do novo Pronto-Socorro (com 315 leitos, sendo 60 de UTI) e um dos mais modernos centros de armazenamento e distribuição de medicamentos, Cuiabá terá quatro UPAs, uma em cada canto da cidade – e poderá dar outra destinação às cinco policlínicas, todas elas consideradas ultrapassadas para os dias de hoje.
Emanuel Pinheiro diz que a ênfase na sua eventual gestão será a prevenção. Para isso, vai “promover a saúde e prevenir as doenças, adotando metas baseadas nos indicadores de longevidade e na diminuição de doenças”. Ele pretende facilitar o atendimento hospitalar, criar redes de saúde da família próximas às residências e trabalhos dos cuiabanos; promover a manutenção do sistema informatizado e acessível que possibilite o monitoramento e facilite o tratamento de problemas epidemiológicos.
O ex-prefeito Wilson Santos tem como proposta dar continuidade à política de saúde iniciado por Mauro Mendes: entregar a obra do novo pronto-socorro, “com equipamentos de última geração”, elevar o número de leitos de retaguarda, clínicos e cirúrgicos, colocar em funcionamento as duas UPAs hoje em obras, implantar novos postos de Saúde da Família e transformar o atual pronto-socorro em hospital da mulher e hospital materno-infantil.
MOBILIDADE – Dentre todas as incertezas – sejam de natureza administrativa, sejam de caráter financeiro – que o próximo prefeito de Cuiabá terá ao se sentar em sua cadeira no 7º andar do Palácio Alencastro, uma que certamente vai acompanhá-lo durante toda a gestão é a da obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
A polêmica obra do governo do Estado, que já acarretou interferências nas gestões municipais de Wilson Santos (PSDB), Chico Galindo (PTB) e Mauro Mendes (PSB), não tem data para reiniciar e muito menos para ser concluída. À espera do VLT, nenhum dos três últimos prefeitos pôde fazer a licitação do transporte coletivo ou solucionar o problema de congestionamentos nas principais artérias da Capital.
Apontado como a solução para o transporte coletivo de Cuiabá – e muitas vezes como desculpa para que nada melhore -, o VLT está nas propostas de todos os seis candidatos à prefeitura neste ano.
Os dois candidatos são a favor da continuidade da obra e prometem pressionar o governo estadual para que isso aconteça. Diferentemente dos demais candidatos, porém, Emanuel Pinheiro (PMDB) afirma que o município pode colocar recursos na obra, de modo a ajudar o Estado, que está em crise financeira.
“Sabemos que o VLT é uma responsabilidade direta do governo do Estado, mas as obras estão atravessando as vias da capital, sangrando-as. Por esta razão, vamos participar ativamente do processo, não administrativamente por não ser competência da prefeitura, mas como parceiros e cobradores das ações”, afirmou.
Wilson Santos (PSDB) entende que a obra deve continuar em parceria entre governo do Estado e União. “Vamos apoiar a conclusão do VLT, já que é ilusão acreditar que o município possa terminar uma obra dessa envergadura”, disse.
GESTÃO – Quando o assunto é gestão pública, as propostas dos dois candidatos à prefeitura de Cuiabá têm muito em comum. Afirmam que a administração necessita de maior transparência, apesar dos avanços obtidos na gestão Mauro Mendes (PSB), que colocou a cidade entre as cinco melhores capitais nesse quesito.
Em seus programas de governo, Wilson Santos e Emanuel Pinheiro se comprometem a criar uma gestão mais transparente, facilitar o acesso aos dados da administração municipal e aprimorar o portal da transparência da cidade, incentivando a participação do cidadão na administração.
No conjunto, eles prometem buscar mais eficiência na gestão fiscal e falam ainda em uma política de valorização dos servidores públicos e dos pisos salariais.