Cuiabá e outras 19 cidades de MT figuram em lista de risco climático

Vinte cidades de Mato Grosso foram incluídas na lista de municípios com alto risco climático elaborada pelo Governo Federal. O ranking, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, leva em conta o risco de eventos extremos como alagamentos, secas e deslizamentos, além de indicadores sociais como número de beneficiários do Bolsa Família.

Entre os municípios mato-grossenses que necessitariam de maior prioridade estão Várzea Grande, Tangará da Serra e Cáceres. A cidade vizinha a Cuiabá lidera o ranking estadual e aparece com risco alto tanto para deslizamentos quanto para inundações, além de contar com mais de 75 mil pessoas inscritas no Bolsa Família. Tangará da Serra, segunda colocada, teve risco considerado muito alto para enchentes.

Cuiabá aparece em sétimo lugar, com risco alto para os três eventos considerados: deslizamentos, inundações e seca. Na lista, que consta de uma nota técnica à qual o PNB Online teve acesso, também estão Rondonópolis, Sinop, Lucas do Rio Verde, Barra do Garças, Juína e Pontes e Lacerda.

O ranking integra o programa AdaptaCidades, lançado neste ano como parte de uma estratégia nacional de enfrentamento à crise climática. O programa, entretanto, não contou com a adesão do Governo do Estado de Mato Grosso. Na ocasião, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) informou que a iniciativa “não deixa claro qual será a contrapartida do Governo Federal”, apesar das rodadas de conversa oferecidas pelo Governo Federal desde 2024.

Durante o evento de lançamento, em fevereiro, a ministra Marina Silva destacou que o objetivo da iniciativa seria liderar como exemplo para outros países. A intenção é que, nos estados que aderiram ao programa, o AdaptaCidades ajude os prefeitos a definir ações prioritárias dentro de seus municípios. “Vamos sair da gestão do desastre para a gestão do risco”, disse na ocasião.

Os critérios consideraram projeções de risco climático até 2030, baseadas em dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e do AdaptaBrasil, além de registros de desastres já ocorridos, segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais.

A meta do Ministério do Meio Ambiente é apoiar essas cidades na formulação de planos municipais de adaptação climática, etapa considerada essencial para destravar recursos futuros e orientar políticas locais. Ainda não há previsão de repasse financeiro direto, mas os municípios contarão com apoio técnico para o diagnóstico de vulnerabilidades e elaboração de projetos.