CRM interdita exercício profissional de médico que matou namorada grávida em MT

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O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) aprovou, por unanimidade, a interdição cautelar total do exercício profissional do médico Fernando Veríssimo de Carvalho, que foi condenado pelo feminicídio da namorada, além de provocar o aborto na jovem, em Rondonópolis (212 km de Cuiabá). A autarquia tomou a decisão nesta terça-feira (8) e a suspensão do exercício profissional do médico passa a valer imediatamente após o Conselho Federal de Medicina referendar a decisão do CRM-MT.

Conforme o CRM, o colegiado analisou a recomendação pela interdição e entendeu que o envolvimento do médico nos crimes resulta em “fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ao prestígio e bom conceito da profissão médica”. Assim, os conselheiros decidiram pela medida de interdição cautelar, prevista no artigo 30 do Código de Processo Ético-profissional.

Em agosto, a Justiça de Mato Grosso revogou a autorização que Fernando tinha par exercer trabalho externo como médico. Ele foi condenado a 31 anos e quatro meses de reclusão por matar brutalmente a namorada grávida Beatriz Nuala Soares Milano, aos 27 anos. A medida foi adotada depois de observado que o réu se aproveitava do benefício para sair sem autorização e realizar deslocamentos irregulares, conforme a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).

O condenado estava trabalhando na área de medicina na Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), no bairro Vila São José.

No pedido de revogação, o promotor de Justiça Reinaldo Antonio Vessani Filho apresentou vários questionamentos em relação à autorização que havia sido concedida ao réu. Segundo o MPMT, no período em que esteve exercendo atividades na Coder, o réu realizou 33 saídas sem autorização. Foram apresentados ainda outros deslocamentos irregulares entre janeiro e fevereiro deste ano.

Apesar de ter cometido o crime bárbaro e das saídas irregulares, o Poder Judiciário havia determinado à direção da unidade prisional para que informasse quanto à possibilidade de trabalho interno no setor de saúde da Penitenciária Mata Grande, para que Fernando pudesse “remir sua pena”. A situação muda de figura a partir da definição do CRM.

Relacionamento conturbado

Beatriz e Fernando se conheceram no final de 2017, em São Paulo, onde moravam. A relação era conturbada. Beatriz descobriu que estava grávida em setembro de 2018. Fernando não se interessou pela gravidez da namorada e questionou a paternidade.

Com a gestação, ela se mudou para Rondonópolis. Segundo o MPMT, Fernando era ciumento e tinha temperamento explosivo. No dia do crime, o casal comemorava 10 meses de relacionamento e o médico a pediu em casamento.

Eles jantaram fora e Beatriz foi morta quando voltaram para casa. Com frieza, Fernando continuou na casa bebendo e assistindo televisão até o amanhecer. Somente pela manhã ele ligou para os serviços médicos e para a polícia dizendo que ela havia morrido por morte natural. Ao ser morta pelo namorado, o bebê também morreu.

Fonte: Leiagora