Crime organizado tem baixa de 45 mortos em 96 dias em confrontos

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Aparentemente, os números de bandidos mortos neste ano pelas Forças de Segurança de Mato Grosso dá a impressão que existe uma ordem para matar, mas não. A ordem é para prender sempre, mas, às vezes, a situação impede que o policial não reaja.

Em 96 dias (de 1º de janeiro até quarta-feira, 5 de março), 45 bandidos, alguns de altíssima periculosidade, foram mortos em confrontos armados pelas Força de Segurança do Estado.

Os números, segundo levantamentos do Diário, representam um confronto a cada 2 dias. Em apenas três enfrentamentos entre bandidos e policiais, 10 homens foram mortos.

Conforme reportagem policiais, nos 31 dias de janeiro deste ano, foram registradas 11 mortes, em diferentes confrontos entre bandidos e policiais, em diferentes cidades de Mato Grosso.

Nos 28 dias de fevereiro, foram registrados diferentes confrontos em diferentes cidades do Estado, que resultaram em 16 mortes.

Os 31 dias do mês de março, também em diferentes cidades do Estado, deixaram um rastro de 15 mortes, em confrontos armados.

Nos primeiros cinco dias do mês de abril, em um confronto, na madrugada de quarta-feira (5), na cidade de Sinop (500 km de Cuiabá), três assaltantes classificados como de alta periculosidade foram mortos.

Os três bandidos, todos armados e que não tiveram as identidades divulgadas, tinham acabado de assaltar algumas famílias, em um conjunto de quitinetes, onde agiram com muita violência, inclusive, com coronhadas na cabeça de algumas vítimas, para roubar dois carros, dinheiro e objetos de alto valor.

APURAÇÃO – A reportagem também apurou que, em mais de 98% dos confrontos com bandidos, os mortos possuíam muitas passagens criminais pela Polícia e pela Justiça, a maioria em crimes de roubos, sequestros, cárcere privado e tráfico de drogas.

Mais de 50% dos bandidos mortos eram procurados, com mandados de prisão preventiva, ou estavam em liberdade condicional com uso de tornozeleira eletrônica.

De todos os confrontos registrados entre as Forças de Segurança e bandidos, que já resultaram em 45 mortes, segundo a reportagem apurou,  em apenas um caso a família do morto reclamou, alegando que o parente era inocente, mesmo com passagens criminais pela Polícia e pela Justiça.

 ORDEM É PRENDER – “Nenhum policial sai de casa para matar ninguém, mas também não sai para morrer. Os confrontos estão existindo e nós estamos tendo a oportunidade de atirar quando eles atiram, ou quando eles (os bandidos) sacam e apontam a arma para atirar. Ai, não temos uma alternativa que não seja atirar. É a vida do policial que está em jogo”, disse um um policial militar, que aceitou conversar com a reportagem sem se identificar.

“Não chegamos atirando, até porque ainda nem sabemos o que está acontecendo. Levantamos o que está acontecendo, e depois ordenamos que os elementos joguem as armas e saiam coma as mãos na cabeça. Os que saem são presos. Os que resolvem atirar, correm os riscos de uma reação. É isso que está acontecendo”, completa.

Fonte: Diário de Cuiabá