Seu filho, Ronaldo Yamore contou que o pai sempre trabalhou visando a independência do povo indígena Paresi. “Ele trabalhava nas fazendas para manter a família e principalmente os filhos na escola. Nos anos 90, foi autor, juntamente com Roberto Cavalcante, do primeiro pedágio indígena na MT-235. Entre os anos 2006 a 2010 foi presidente da associação Waymare, onde participou da maior parte do desenvolvimento econômico dos Paresi, tanto na 235 e no início dos projetos agrícolas, sempre tendo todo o respeito e carinho do povo. Ele foi, mas deixou o povo Paresi em uma situação bastante confortável do que era antes”, completou.
Além de Ronaldo, também eram filhas de Vamdermiro, Sônia e Nalva, que é a primeira médica indígena em Mato Grosso, e atualmente atua no Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Cuiabá.
Já Vítor Aurape Peruare, do povo Bakairi, foi o primeiro jornalista indígena no estado de Mato Grosso. Mestre em Sustentabilidade, foi servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai), atuou no Museu Marechal Rondon da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e sempre foi um importante colaborador nas discussões sobre a criação da Federação do Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (FepoiMT), na política indígena no estado e atuando em favor dos direitos dos povos indígenas.
Ao todo, 19 povos indígenas de Mato Grosso foram afetados pela covid-19. São eles: Xavante, Kalapalo, Kurâ Bakairi, Bororo-Boe, Umutina, Chiquitano, Kamayura, Apyãwa, Tapirapé, Paresi, Kaiabi, Rikbaktsa, Kuikuro, Cinta Larga, Zoró, Kayapo Mebêngôkrê, Yawalapiti, Surui Paiter e Nafukua.
O Ministério Público Federal (MPF), por meio do Ofício de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais em Mato Grosso, lamentou os óbitos.