Durante a coletiva de imprensa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta terça-feira, o médico brasileiro Jarbas Barbosa, diretor-adjunto da entidade, explicou como o grupo de países COVAX distribuirá as primeiras doses da futura vacina contra a Covid-19 nas Américas.
Segundo Barbosa, o grupo negociará a compra de doses suficientes para vacinar até o final de 2021 os 20% mais vulneráveis da população de cada país americano que participa do Covax, além dos profissionais da saúde na linha de frente da pandemia. Como exemplo dos mais vulneráveis à infecção, Barbosa citou as pessoas com mais de 65 anos e com doenças de risco.
Até o momento, o médico brasileiro membro da Opas disse que já há um acordo firmado com um dos produtores que testam a vacina, em que “300 milhões de doses estão comprometidas para a Covax”, disse Barbosa. “Depois de termos a vacina, o desafio será o acesso equitativo”, afirmou Barbosa nesta terça.
Com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), o COVAX é um esforço coletivo de vários países para acelerar o desenvolvimento, produção e distribuição de futuras vacinas contra o coronavírus. Além disso, quando houver uma vacina eficiente, a plataforma negociará em nome dos países-membros diretamente com os produtores para garantir que o preço e a distribuição das doses sejam feitos de maneira justa.
Nesta terça, sem mencionar nome de países, Barbosa informou que 38 países das Américas já confirmaram interesse em aderir à plataforma.
Vacina subsidiada para os mais pobres
A Opas também informou que trabalha para que os países mais vulneráveis da América Latina e Caribe possam ter acesso a futura vacina contra a Covid-19 de forma subsidiada.
“A Opas está coordenando com outros parceiros para garantir que os países mais vulneráveis da região recebam a vacina contra a Covid-19 de forma subsidiada, com preços acessíveis”, afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne.
Vacina da Tuberculose e Covid-19
Ainda nesta terça, o diretor para doenças infecciosas da Opas, Marcos Espinal, foi questionado sobre recentes ensaios que relacionaram possíveis efeitos da vacina contra a tuberculose na Covid-19.
Espinal comentou que, de forma geral, tais ensaios apontam que “os países com grande tempo de vacinação contra a tuberculose tiveram menos mortes por Covid-19”, disse. Mas “necessitamos de mais ensaios clínicos” e mais evidências para afirmar que o imunizante contra a tuberculose tem efeito no combate ao coronavírus.
Fonte: G1