O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) abriu investigação para apurar a conduta da enfermeira de Cuiabá, que agia como falsa médica em uma clínica clandestina, no bairro Santa Cruz. Ela foi alvo de ação da Polícia Civil nessa quinta-feira (29).
De acordo com o próprio Coren, logo após tomar conhecimento sobre a ação policial, que investiga o suposto exercício ilegal da medicina, charlatanismo e curandeirismo, o conselho tomou as medidas para que o caso também fosse analisado pela autarquia.
Além disso, o conselho também irá solicitar para a Polícia Civil as informações sobre o inquérito aberto.
“Prezamos pelo bom exercício da profissão e iremos tomar as medidas cabíveis previstas no Código de Ética dos Profissionais da Enfermagem”, afirma a presidente do Coren-MT, Ligia Arfeli.
Segundo o Código de Ética da categoria, o profissional da enfermagem tem o dever de “exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade”.
Relembre o caso
Nessa quinta-feira, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão domiciliar em uma clínica médica clandestina, localizada no bairro Santa Cruz, em Cuiabá. A ação contou com o apoio da Gerência de Operações Especiais da Polícia Civil (GCCO), de fiscais da Vigilância Sanitária Municipal e do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso.
No local, os policiais civis, fiscais e a equipe do CRM encontraram carimbos com o nome da mulher e número de registro no Conselho de Medicina, além de receitas médicas carimbadas e assinadas recentemente por ela.
As receitas também traziam a prescrição de hormônios, vitaminas e outras substâncias. Também foram apreendidos dezenas de frascos com substância de composição desconhecida e rótulos escritos à mão ou impressos com o nome da mulher, como sendo a médica responsável pela prescrição, além de seringas e agulhas supostamente utilizadas em tratamentos à base de hemoterapia, alguns aparelhos e uma tabela com os preços de procedimentos e consultas, inclusive para crianças. Na tabela, as consultas podiam chegar a R$ 300. Ainda foi apreendida no local uma carteira funcional do CRM-MT, em nome da mulher.
A Delegacia do Consumidor continuará investigando a acusada pela prática dos crimes de exercício ilegal da medicina, charlatanismo e curandeirismo. As penas somadas podem chegar a cinco anos de prisão e multa.
Fonte: Repórter MT