Convicto de que será eleito prefeito de Cuiabá em novembro, o vereador e candidato à prefeito Abílio Brunini (Podemos) já orquestra o comando das secretarias municipais. Uma delas, inclusive, foi oferecida aos seus oponentes, a advogada Gisela Simona (PROS) e ao vice maestro Fabrício Carvalho (PDT), durante um debate realizado através do Facebook, na tarde deste domingo (25). O comentário ocorreu quando os candidatos debatiam sobre a desvalorização cultural da capital.
Abílio sugeriu uma reforma administrativa e ainda ofereceu para Gisela e Fabricio o comando da secretaria municipal de Cultura. “A cultura do nosso município precisa ser mais valorizada. Existe uma situação com o Conselho Municipal de Cultura, onde, através de laços de amizade são selecionados os mesmos grupos para exercer os recursos. Qualquer candidato que for eleito vai ter que colocar o dedo na ferida do conselho e eu pretendo mexer nisso. A Secretaria de Cultura precisa de pessoas sérias e nós vamos buscar isso. Você tem um vice que conhece muito do assunto e pode te ajudar. Você estão convidados para ajudar a movimentar a cultura do nosso município”, disparou.
A conversa ocorreu após um “desafio” de Abílio, que afirmou que Gisela estava se “vitimando” depois de ambos se alfinetarem no primeiro debate realizado pela TV Vila real (canal 10.1). Na ocasião, o parlamentar falou que a adversária era uma “boa candidata mesmo sendo mulher”.
Gisela chegou a exigir retratação e pediu direito de resposta afirmando que foi ofendida por Abilinho pela fala de cunho machista. Já a transmissão de ontem foi marcada por críticas ao funcionalismo e propostas, cujos candidatos classificaram como “inovadoras” para a gestão municipal.
CORRUPÇÃO NO FUNCIONALISMO
Ambos se apresentaram com um discurso totalmente empoderado. Abílio voltou a criticar os servidores públicos dizendo que parte da categoria compactua com esquemas de corrupção. Na semana passada, o candidato já havia sido alvo de uma nota de repudio do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização (Sindarf) por fazer apontamentos semelhantes.
Isso porque durante o debate realizado pela Fecomércio, o vereador havia dito que “analistas de projetos ficam inventando defeitos para fiscal ir a obras na sexta feira para ‘morder’ um dinheirinho seus (sic)”. “Muitos candidatos estão tendo dificuldade para tratar o tema servidor público. Ninguém rouba sozinho. O governador como Silva Barbosa que foi o melhor governador para os servidores fez o que fez porque tinha gente para ajudar a roubar. Tem fiscal de contrato que está junto, tem servidor que está junto, tem fiscal que faz vista grossa, alguns servidores públicos que também ajudam a praticar a corrupção”, pontuou.
Ao utilizar a fala, Gisela que já foi ex-superintendente do Procon Estadual e é defensora ferrenha da categoria discordou do comentário. No entanto, defendeu o corte de corte de cargos e privilégios no Executivo.
“O servidor público merece ser valorizado. Eu não concordo com a presunção de má-fé que faz o candidato [Abílio] em relação aos servidores que compactuam com a corrupção. Eu tenho 20 anos de vida pública e a ética sempre prevalece. Hoje a prefeitura conta com mais de 11 mil servidores públicos. Nós temos que reduzir sim os terceirizados e também os comissionados. Aquilo que é excesso, nós vamos cortar sim”, concluiu.
