O “contador” da facção “Comando Vermelho” e bacharel em Direito, Luelson Leandro Curvo, alvo da operação “Mandatário”, pede na justiça para ser transferido para uma “cela de Estado Maior” – destinada a “autoridades” que vão para a cadeia.
Investigações apontam que ele teria movimentado R$ 10 milhões em recursos da organização criminosa.
Numa decisão da última quarta-feira (15), o juiz da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT), Jean Garcia de Freitas Bezerra, aceitou a denúncia contra Jonas Souza Gonçalves Júnior, o “Batman”, Filipe Antônio Bruschi, o “Loirão”, Janderson Gonçalves da Costa, o “Nando”, Benedito Max Garcia, conhecido como “Neném”, além de Luelson Leandro Curvo, Anderson dos Anjos Teixeira e Mayara Bruno Soares Trombim, todos suspeitos de liderarem um núcleo do Comando Vermelho em Mato Grosso.
O grupo esta preso desde janeiro de 2022. Na mesma decisão, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra revelou um pedido de Luelson Leandro Curvo para ser transferido para uma “cela de Estado Maior” – conhecida por oferecer mais “liberdade” e “privacidade” aos
detentos.
O magistrado deu 5 dias para a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH) informar as condições do réu, antes de dar seu veredicto. “Quanto ao pedido de transferência do réu Luelson Leandro Curvo, infere-se do ofício elaborado pela SEJUDH que esta não cumpriu com a decisão anterior deste juízo, visto que deveria ter informado em qual estabelecimento e ala os detidos com curso superior estão sendo custodiados, ao passo que no ofício não há nem essa informação, nem a localização atual do increpado.
Desse modo, reitere-se a determinação e oficie-se novamente a SEJUDH para juntar as informações solicitadas no prazo de 05 dias”, determinou o juiz. Segundo a denúncia, a quadrilha também contava com um membro que se passava por advogado. Filipe Antônio Bruschi, o “Loirão”, atendia outros presos na Penitenciária Central do Estado (PCE), ligados ao “Comando Vermelho”, apresentando um registro válido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de um outro advogado (não informado).
No início deste mês de fevereiro, Filipe Antônio Bruschi teve negado pelo Poder Judiciário Estadual um pedido para realizar a prova de admissão na OAB.
No último dia 8 de fevereiro, o desembargador Orlando Perri negou um pedido de advogados que representam os presos do chamado “Raio 8”, da PCE, onde estão os detentos que possuem curso superior. Os defensores alegam que seus clientes deveriam ser transferidos para “celas especiais”, e que atualmente eles estão submetidos às suas celas durante 22 horas por dia, sem direito a visitas íntimas, nem de familiares.
Fonte: Folhamax