Conheça a história do nome da Avenida Historiador Rubens de Mendonça

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Na sessão realizada na Câmara Municipal de Cuiabá no dia 4 de abril de 1983 foi decretado luto oficial de três dias em homenagem póstuma ao historiador, jornalista e poeta Rubens de Mendonça, que havia falecido no dia anterior. A ocasião também foi marcada por discursos dos vereadores da Casa, que lastimaram a perda do ilustre intelectual cuiabano.

No dia 13 do mesmo mês, foi aprovado com unanimidade pelo plenário o projeto de lei de autoria do vereador Wilson Araújo Coutinho, que denominava como Historiador Rubens de Mendonça a Avenida do CPA, via pública que liga a região centro-noroeste da cidade, partindo da Avenida Tenente Coronel Duarte (prainha) e finalizando no grande CPA.

Quem foi Rubens de Mendonça

Nascido na cidade de Cuiabá em 27 de junho 1915, o filho de Estevão de Mendonça e de Etelvina Caldas de Mendonça, é considerado um dos maiores expoentes da historiografia mato-grossense. Ao longo de sua vida, Rubens de Mendonça publicou 38 livros e centenas de artigos, nos quais escreveu sobre as mais diversas temáticas envolvendo a História de Mato Grosso. Dentre suas marcantes obras, pode-se destacar: História do Jornalismo (1951), Ruas de Cuiabá (1969), História do Poder Legislativo em Mato Grosso (1974) e Bibliografia Mato-Grossense (1975).

Rubens de Mendonça foi jornalista e historiador — Foto: TVCA/Reprodução

O intelectual foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, e em março de 1945 tomou posse da Cadeira n° 9 da Academia Mato-Grossense de Letras, Instituição que lhe concedeu o título de Secretário Perpétuo, mediante sua excepcional atuação.

Ademais, Mendonça integrou o quadro de diversas Instituições públicas. Dentre alguma delas, atuou como secretário da Associação Mato-grossense de Imprensa, escriturário da Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional e Delegacia Regional do Imposto de Rendas, avaliador judicial da Comarca da Capital, redator da 2ª Divisão da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, Professor da disciplina de Português do Ministério da Educação e Saúde e Funcionário administrativo da UFMT. Trabalhos que lhe renderam o título de Funcionário Público do Ano, em 1972.

Homem de múltiplas facetas, Rubens de Mendonça contribuiu também com o jornalismo de Cuiabá e Mato Grosso, fundando o jornal Pindorama e Sarã. Bem como, atuando em importantes periódicos como o Correio da Semana, A Batalha, O Social Democrata, O Estado de Mato Grosso, Correio da Imprensa, e o Diário de Cuiabá. Neste último, escreveu por longos anos, artigos na coluna Sermão aos Peixes, sobre os costumes e personalidades regionais.

Rubens de Mendonça também se fazia presente no cenário político cuiabano. Durante a sessão realizada na Câmara Municipal de Cuiabá, no dia 22 de maio de 1959, a Sra. vereadora Maria Nazareth Hahn expressou sua satisfação com a presença do brilhante jornalista Rubens de Mendonça.

Já em 20 de março de 1978, o intelectual esteve novamente na Casa Legislativa participando como convidado especial da sessão extraordinária, onde, juntamente com outros pesquisadores, contribuiu com o debate a respeito do brasão de armas da cidade. Outrossim, em 19 de março de 1981, a vereadora Maria Nazareth Hahn enviou uma Monção de Aplausos a Rubens de Mendonça, pela justa e merecida homenagem que lhe foi prestada pelo Governador do Estado, quando o escritor recebeu Comenda do Mérito.

Entretanto, embora o intelectual fosse digno de honrarias, o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal que propunha nomear a Avenida do CPA foi vetado pelo Prefeito Municipal da época, Gustavo Arruda.

O veto repercutiu rapidamente de forma negativa na Casa de Leis cuiabana. Em sessão ordinária realizada no dia 16 de maio de 1983, o vereador Luiz José Barão de Arruda Viegas registrou seu repúdio ao veto. Por fim, em análise minuciosa, a Câmara Municipal declarou o veto do prefeito municipal intempestivo, pois fora realizado fora do prazo legal estabelecido por lei.

Desse modo, uma das maiores avenidas cuiabanas, possuindo cerca de 7,8 quilômetros, onde milhares de pessoas circulam diariamente, foi no dia 20 de maio de 1883, oficialmente batizada. Fazendo-se cumprir o que propôs o vereador Wilson Araújo Coutinho na justificativa de seu projeto de lei: “Dando o seu nome a essa Avenida estaremos imortalizando no coração do povo, fazendo justiça com muito carinho a esse personagem humilde”.

Para conhecer mais sobre a história e obras do célebre historiador Rubens de Mendonça, basta acessar o site “rubensdemendonça.com.br”.

(Assessoria/O Livre)