Lojistas do centro de Cuiabá realizaram protesto em frente aos estabelecimentos, na manhã desta segunda-feira (13). Eles querem que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) autorize a abertura do comércio no mesmo modelo ocorrido em Várzea Grande. Em 22 dias de portas fechadas, microempresas demitiram funcionários e a expectativa é de um quadro ainda pior se o cenário perdurar.
Por meio de decreto, o prefeito determinou que todos os estabelecimentos que não se enquadrem como essenciais fiquem fechados. A medida está em vigor desde 23 de março e visa prevenir a contaminação pelo coronavírus Covid-19. O comércio que está aberto deve monitorar o fluxo de clientes e seguir rígidas orientações de higiene.
De acordo com o gerente da Loja Mega Modas, que tem duas unidades da Capital, a alternativa apresentada ao prefeito é para que o comércio abra com as restrições de público e regras de higiene. Os funcionários também serão reduzidos para menor exposição ao risco de contaminação.
“A perda é muito grande porque a gente não está gerando venda. Não temos receita futura. Nos reunimos com prefeito e ele não nos deu nenhuma alternativa”, afirma o gerente Osvaldo Matos.
Pela rua 13 de Junho, uma das que tem o comércio mais movimentado em Cuiabá, o cenário era de portas fechadas, pessoas no pontos de ônibus e funcionários de lojas carregando cartazes onde lia-se “Queremos trabalhar”. Na avenida Tenente-coronel Duarte, mais trabalhadores entre em as lojas. Reunidos, seguravam a cartolina com a mensagem “Queremos trabalhar. Jesus te ama”, com uma música golpes tocando ao fundo.
Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACC), Roberto Peron, a decisão do prefeito em manter o comércio fechado é “maldade” e coloca vida de famílias em risco.
Peron pontua que, sem receita, os empresários estão fazendo cortes no quadro de funcionários. Entre as microempresas, 100% já demitiram trabalhadores. “Muitos deles anteciparam 15 dias de férias, não tem dinheiro para os outros 15. Vai ter que suspender contratos temporariamente”, explica o empresário.
“A solução não é fechar loja. É conscientizar o cidadão de que ele tem que tomar cuidado para mão se infectar. Fechar loja você está matando empregos, deixando os microempresários sem renda até para pagar os seguranças. O segurança da minha loja disse que estava há 4 semanas sem receber e sem dinheiro até para comprar comida”, relata Peron.
O empresário reivindica a abertura do comércio com os devidos cuidados, como têm sido orientados aos donos de supermercados. “Se todo mundo tomar cuidado, acho que dá para abrir. O que não dá é ficar como está. Se permanecer por mais de 30 dias fechados, fatalmente muitos morrerão”, declara.
Há uma proposta para que as lojas funcionem em um turno só ou entre as 9 e 17 horas. “Fechar lojas é tirar vidas”, pontua.
O presidente da associação ainda não tem valores de prejuízos causados pelo fechamento do comércio.
Na quinta-feira (9), as lojas de Várzea Grande puderam atender ao público seguido recomendações do Ministério da Saúde para se evitar aglomeração e manter local higienizado.O decreto municipal que fecha o comércio vigora até o dia 21 de abril.
Fonte: Gazeta Digital