Comandante da PM questiona ‘crise de autoridade’ e ‘excesso de álcool’ ao comentar morte em Vera

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O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, pediu a abertura de um debate sobre a crise de autoridade, o uso excessivo de álcool, da regulação de festa e sobre problemas na educação na sociedade, ao comentar, através de redes sociais, o caso em que um policial matou um jovem de 26 no município de Vera, na madrugada de domingo (5).

“Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso do álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso”, disse Coronel Mendes, nos stories do instagram na conta particular, republicado no perfil oficial da Polícia Militar.

De acordo com ele, a situação é complexa, portanto, respostas simples, considerando a ação dos policiais militares envolvidos no caso como certa ou errada, são insuficientes. Ao invés disso, o coronel defende uma apuração sem precipitações, mas com resultados energéticos, para evitar que situações parecidas se repitam em Mato Grosso.

“A sabedoria veda o juízo precipitado eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal midiático.  Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas de modo que situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso estado”, afirmou.

Confira abaixo a posicionamento na íntegra do comandante-geral da PMMT:

Perante a realidade policial, soam frágeis todas as opiniões, especialmente as passionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera.

Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso do álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso.

Pois, diante de fatos complexos não podemos dar respostas simples, do tipo “certo” ou “errado”, colocando em xeque quem chega para resolver.

Perdemos todos com a perda de uma vida. Nenhum policial de casa com esse propósito, embora consciente dessa possibilidade quando técnica. Nenhum jovem sai de casa para se divertir para não retornar.

Todas as providências foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver… porque assim a vida pede.

A sabedoria veda o juízo precipitado eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal midiático.

Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas de modo que situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso estado. Sobretudo que todos os nuances sejam esclarecidos em respeito à sociedade verense que tão bem acolhe o trabalho policial.

Alexandre Corrêa Mendes, Comandante Geral da PMMT

Fonte: Leiagora