Com taxa de UTIs em 94%, Mendes estuda prorrogar restrições

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As medidas restritivas de combate à Covid-19 em Mato Grosso estão a dois dias do prazo final estipulado pelo decreto estadual. O governador Mauro Mendes (DEM), contudo, deve avaliar a prorrogação das regras ou até o endurecimento delas, conforme a taxa de ocupação das UTIs no Estado. O prognóstico, por sua vez, não é bom. Nesta segunda-feira (15), conforme os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), o índice ficou em 94,7%.

No dia 1º de março, quando o decreto nº 836/2021 foi editado, a taxa estava em 88,8%. A ideia era de que as medidas de restrição ao comércio e à circulação de pessoas passassem a valer no dia seguinte, 2 de março, mas o governador prorrogou o início para o dia 3 e fez alterações quanto ao funcionamento do comércio nos fins de semana.

As restrições estavam previstas para vigorar por 15 dias, ou seja, até a próxima quarta-feira (15).

Desde então, o governador anunciou novas medidas, como a abertura de 160 novos leitos de UTI em diferentes municípios de Mato Grosso. Os leitos clínicos também aumentarão expressivamente. Segundo Mendes, serão 500 novos leitos em parceria com as prefeituras. Sem data de entrega, as medidas ainda não possuem efeito prático no alívio do sistema de saúde.

Em coletiva com a imprensa na última semana, o governador reforçou que não deve tomar nenhuma decisão antes da véspera de expiração do decreto. Mas o critério é claro, a situação dos leitos no Sistema Único de Saúde (SUS). Quando anunciou as medidas restritivas, inclusive, Mendes não descartou a possibilidade de enrijcê-las depois dos 15 dias.

Por outro lado, no decorrer do período de vigência do decreto, o governador também sofreu pressão por parte de segmentos econômicos desgostosos com a decisão. Foi o caso de bares e restaurantes que ficaram impedidos de funcionar depois das 19 horas. Mendes chegou a anunciar linhas de crédito e incentivos fiscais para o setor, mas muitos empresários classificaram a resposta como insuficiente e pressionam pela flexibilização.

A pressão veio também do executivo da Capital, a maior e mais populosa cidade do Estado. O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) editou decreto mais liberal, inclusive para bares e restaurantes. As medidas foram derrubadas depois de pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT). Emanuel recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas perdeu nesta segunda-feira (15).

Nesta segunda (15), Mato Grosso bateu recorde de mortes por dia e registrou 86 novos óbitos. O número de casos em 24 horas foi de 2.556. Ao todo, o Estado acumula 274.788 confirmações de Covid-19 e 6.456 mortes.

Fonte: Hipernotícias