A Marcha Estadual dos Trabalhadores da Educação, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), teve baixa adesão dos professores nesta quarta-feira (28). Mesmo com a participação dos pescadores, que protestam contra o projeto de lei, que proíbe a pesca predatória em todo o Estado por cinco anos, o sindicato não conseguiu reunir grande volume de manifestantes na Praça Ulisses Guimarães, na Avenida do CPA.
Das 668 unidades escolares de todo o Estado, somente 66 teriam aderido à paralisação, o que demonstra o não alinhamento da categoria com as lideranças sindicais.
A alegação para a realização do ato são as perdas da Lei 510/2013, conhecida como lei da dobra. Contudo, essa legislação foi declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso em 2021. Com isso, o funcionalismo público estadual como um todo tem recebido a Revisão Geral Anual (RGA), combatendo as perdas inflacionárias.
Além disso, os profissionais da educação falam em “desmonte” da educação pública, “confisco” de 14% das aposentadorias e pensões e na “precarização” das condições de trabalho. O governo, por outro lado, fala em melhora nos índices da educação, investimentos em infraestrutura para todas as unidades escolares e alunos, e até mesmo política de aumento de remuneração por resultado.
O governador Mauro Mendes (União), já havia manifestado descontentamento com a ideia de paralisação e deixou claro que os servidores que aderissem ao movimento teriam o ponto cortado, conforme estabeleceu decisão recente da Justiça.
“O Supremo Tribunal Federal já manifestou a esse sentido e nós aplicamos lá em 2019. Qualquer servidor que fizer greve é falta e corte de ponto, cabe ao sindicato entrar na Justiça e provar que aquele movimento é legal. Ponto. Isso não é uma decisão do governador Mauro Mendes, isso é uma decisão do Supremo Tribunal Federal que já decidiu nesse sentido”, disse Mauro.
O secretário estadual de educação, Alan Porto, ressaltou que a pasta vive um bom momento no estado, com bons resultados e perspectiva de melhora real nos índices do Estado. Para ele, não faz sentido falar em paralisação e os mais prejudicados serão os alunos.
“Não faz sentido nenhum. Estamos com nossas políticas públicas a todo vapor para melhorar aprendizagem. Infelizmente quem vai ter prejuízo com esse dia de paralisação são os nossos 350 mil estudantes, que terão que repor esse dia de aula”, pontuou.
Fonte: Repórter MT