A construção do Porto Paratudal, em Cáceres (a 222 km de Cuiabá), que tinha previsão para começar em julho de 2024, teve seu início adiado e está com o cronograma atrasado, por problemas no licenciamento. Agora, a previsão é de que a obra inicie este ano, mas ainda sem um mês confirmado. Já a conclusão, que estava estimada para 2026, foi também adiada e agora é prevista para 2027. As informações foram confirmadas por Cláudio Padilha, diretor da holding Companhia de Investimentos do Centro-Oeste, responsável pela obra, em entrevista ao RD News.
“As últimas licenças saíram agora no começo do ano [2025] de supressão vegetal. E saiu bem na época de águas altas. O rio estava cheio, então, não tem condições de iniciar a obra nessa época. Foi chuvoso e por isso, agora, com a emissão da licença [da Sema], nós vamos planejar o início da obra, que leva um tempo para programar”, explica o diretor.
O porto vai fazer parte de um sistema logístico de conexão de Mato Grosso às hidrovias Paraguai-Paraná para transportar grãos, fertilizantes e contêineres, além de outros insumos, e ligará à Bacia do Prata, conectando o Estado ao Uruguai e à Argentina, alavancando a exportação. Segundo Padilha, o Porto vai ser instalado em quatro etapas, respeitando a velocidade do rio e a capacidade de carga. Na primeira fase, poderão ser exportados 650 mil toneladas de grãos, como soja e milho. Na segunda fase, 1 milhão e 250 mil toneladas de grãos, além de 600 mil toneladas de fertilizantes. Cada fase tem o prazo de 18 meses.
Com o atraso da liberação da licença, a obra que estava prevista para ter sua inauguração em 2026, não ficará pronta dentro do calendário e deve ser inaugurada só em 2027.
De iniciativa privada, a obra terá um investimento de R$ 500 milhões. Uma das principais vantagens dos portos é a capacidade de movimentar grandes volumes de carga de maneira mais econômica, com uma demanda reduzida de infraestrutura e menor consumo de combustível, com redução de custos e prazos.
A estimativa é de que o Porto Paratudal movimente em torno de 5 milhões de toneladas de grãos por ano, 3 milhões de toneladas de fertilizante e 250 mil toneladas de contêineres. O investimento apenas no porto será de cerca de R$120 milhões, mas no sistema todo será de R$ 500 milhões, gerando cerca de 200 empregos diretos e 1,4 mil indiretos em Cáceres e Corumbá.
Cláudio Padilha ainda ressalta a importância deste porto para o estado de Mato Grosso. “A produção agrícola da agropecuária do estado cresce todo ano e cresce em números consideráveis. Mato Grosso precisa explorar novas rotas logísticas para o escoamento da produção. Além disso, o projeto ecologicamente correto, sustentável, porque nós vamos utilizar o rio que já está lá, pronto para ser usado, nós não temos que fazer obra nenhuma, como se fosse uma estrada, asfalto. E ja estará pronto para navegar. Então, ele é um modo de transporte ecologicamente correto, extremamente sustentável e que nós pretendemos explorar para poder contribuir para melhorar as rotas de escoamento logístico do Estado de Mato Grosso”, pontua.
Ainda segundo o diretor, estabelecendo o início da operação, existem estudos que mostram que a partir da instalação do terminal na região de Cáceres, toda aquela região sudoeste do Estado vai começar a ter novas oportunidades de produção. “Aumentar a área de soja, buscar transformar a área degradada em área produtiva de grãos, converter a área de pastagem em área para agricultura. Existe um grande potencial já estudado na região sudoeste”, conclui. (RD News)