A forte chuva que caiu no município de Diamantino (208 km de Cuiabá) deixou vários pontos alagados na cidade e transformou diversas ruas em verdadeiros “rios” com grande volume de enxurrada. Um dos locais mais afetados foi o “Sítio Caramba”, situado num balneário na Cohab Morumbi, localidade a cerca de 2 quilômetros da região central, e bastante utilizado como ponto de lazer aos fins de semana.
Outra localidade bastante afetada foi o Bairro da Ponte, uma parte baixa no “final” do município, o que acaba recebendo todo o fluxo de chuva proveniente de outros pontos mais elevados. Uma família precisou ser desalojada, pois teve a casa inundada e foi realocada em outra residência, disponibilizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social.
Imagens registradas por internautas e divulgadas no Facebook na página Diamantino News mostram diferentes pontos da cidade encobertos pela água, uma situação atípica no município de 22 mil habitantes e conhecido por ser a cidade natal do ministro do Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao Folhamax, a Prefeitura de Diamantino informou que apesar das imagens impressionantes, não houve registros de feridos, gerando somente transtornos e prejuízos financeiros. No município não existe Defesa Civil, mas a Secretaria Municipal de Infraestrutura monitora a situação e fará um levantamento dos problemas ocasionados pelos alagamentos.
O proprietário do Sítio Caramba, identificado como Josué, registrou as imagens de sua residência completamente tomada pela água, inclusive com animais de estimação abrigados sobre o sofá. “Parecia que não ia chegar nesse ponto não, mas olha como já está aqui, está invadindo tudinho aqui. Cachorro já está em cima do sofá. Invadiu tudo, não está de brincadeira não”, narra o sitiante ao mostrar a água suja da enxurrada tomando conta da sala, cozinha e outros cômodos da casa, encobrindo parte dos móveis.
Outros vídeos também mostram ruas alagadas na entrada do bairro Altos da Serra e outros pontos da cidade, incluindo um rio com água transbordando acima dos barrancos e margens.
No Bairro da Ponte, várias casas ficaram parcialmente submersas com água. Em um dos vídeos, duas pessoas tentam atravessar a rua em uma motocicleta e precisam descer e empurrar o veículo. Uma mulher que grava as imagens alerta os ocupantes da moto. “Vocês não vão passar ai não”, comenta. Ela também filma uma residência tomada pela água e comenta que essa não foi a primeira vez. “Olha, a casa da mulher entrou água de novo, gente. Que situação hein, até aqui na porta. Olha só: não estamos na Bahia não, nós estamos em Diamantino”
PROBLEMA ANTINGO
De acordo com o secretário de Infraestrutura, Edes Franciscato Beia, o Edinho Beia, trata-se de um problema antigo, que persiste há vários anos e nunca foi solucionado nas gestões anteriores. Agora, segundo ele, já estão em andamento ações para resolver o problema ocasionado pelo encontro de dois córregos que desaguam um dentro do outro num ponto de curva. Com isso, a água ao invés de seguir pelo mesmo rumo, acaba represada e transborda alagando boa parte da região e gerando o problema conhecido pelos moradores há vários anos.
“Esse problema é muito antigo e vem acontecendo com frequência por causa do encontro dos dois rios. Já fizemos estudo hidrológico da vazão do rio e agora a gente tem que esperar licença ambiental da Sema e aguardar parar a chuvas para fazermos a obra no local. Nosso engenheiro sanitarista já esteve no local, fez um mapeamento e o processo de licença ambiental para executar a obra está bem encaminhado”, relatou o secretário de Infraestrutura.
De acordo com Edinho Beia, a chuva desta quarta-feira durou entre 30 e 40 minutos. “Foi algo em torno de 150 milímetros, foi muita chuva que caiu num curto período”, comentou o secretário ao ressaltar que as Secretarias de Infraestrutura, Assistência Social e demais Pastas atuam de forma conjunta para amenizar a situação.
Ele garantiu que somente uma casa ficou alagada e os moradores foram levados para outra residência num bairro próximo, por equipes da Assistência Social. “O ponto mais alagado já fica no final da cidade. Existe um desnível grande e toda água que acumula pra cima, que passa por toda a cidade, acaba passando nesse local”, explicou o gestor ao garantir que no período de seca as ações de limpeza de bocas de lobo são constantes para amenizar os alagamentos no período chuvoso.
Veja vídeo:
Fonte: Folhamax
