Cemitério do CV: Três dos 11 corpos são identificados; veja nomes e as histórias

Fonte:

Terminaram as buscas por corpos no cemitério clandestino do Comando Vermelho em Lucas do Rio Verde (354 km ao norte de Cuiabá).  Do total de 11 vítimas, 3 já foram identificadas.

Ao Gazeta Digital, o delegado Allan Vitor Sousa da Mata confirmou que os trabalhos na área foram encerrados no final da tarde de sábado (11). Agora, a Perícia Oficial e de Identificação Técnica (Politec), segue no caso para identificar as vítimas.

Das 11 vítimas, 6 estavam em estágio de decomposição e outras 5 foram encontradas apenas ossadas. Três delas já foram identificadas, veja abaixo quem são e a história dos sequestros realizados por faccionados do Comando Vermelho (CV).

Rafael Pereira de Souza

Rafael, de 34 anos, foi o primeiro a ser identificado. Ele era natural de Rondonópolis e foi sequestrado em uma casa de Lucas do Rio Verde, no dia 1º de janeiro, por volta das 22h.

Conforme relatado à polícia, no dia, ao menos 3 homens encapuzados e armados invadiram a casa da vítima. Ele era usuário de drogas e os suspeitos queriam saber de quem ele comprava.

Depois, Rafael foi levado até um carro cinza e desde então estava desaparecido.

Andris David Mattey Nadales

Venezuelano de 19 anos, Andris foi sequestrado na madrugada de terça-feira (7), 3 dias antes do cemitério ser localizado na cidade. Ele estava hospedado no Hotel Global, que fica no Telesse Junior, mesma área de onde o cemitério estava.

Conforme apurado pela reportagem, Polícia Militar foi acionada por volta das 3h15. Dois suspeitos armados chegaram no local, pegaram a vítima e saíram por rumo ignorado.

Um dos suspeitos do crime é Thaylon Corrêa de Andrade, morto durante um confronto com a PM na noite de quinta-feira (9). O comparsa dele, que aparece nas imagens, foi preso. David estava há poucos dias hospedado no hotel.

Wilner Alex de Oliveira Silva

A terceira vítima é Wilner, de 29 anos. Ele foi sequestrado por volta das 17h do dia 27 de dezembro de 2024, no bairro Cerrado, em Lucas.

Vítima estava em casa com a namorada e o filho de 1 ano quando 3 homens bateram no portão, o chamando pelo nome. Em seguida, ele foi colocado a força em um carro branco.

Um dos suspeitos, encapuzado, ficou na casa da vítima até o final da noite. Depois disso, a família não teve mais notícias dele.

Ajuda para Identificação

A Politec orienta aos familiares de pessoas desaparecidas em Lucas do Rio Verde e região para que compareçam em uma das unidades de Medicina Legal do Estado para a coleta de material genético para o confronto genético com as amostras biológicas das vítimas encontradas no cemitério clandestino do município.

Caso a pessoa desaparecida tenha realizado algum tratamento dentário, é aconselhável que a família obtenha com os dentistas o prontuário odontológico da vítima, especialmente exames de imagem (radiografias e tomografias, por exemplo) e os forneçam ao IML.

Para a doação do material genético é necessário que o grau de parentesco dos familiares do desaparecido seja de grau ascendente (pai, mãe, filho, ou mais de um irmão).

A coleta é simples e indolor, com uma espécie de cotonete, que é passado na parte interna das bochechas da pessoa. Os materiais biológicos coletados serão processados e inseridos no Banco Nacional de Perfis Genéticos no laboratório forense da capital.

Caso seja identificado um possível parentesco com os dados de alguma pessoa falecida, os peritos informarão a unidade de Medicina Legal de Lucas do Rio Verde, que entrará em contato com os familiares para que sejam realizados os procedimentos legais de liberação da unidade.

Fonte: Gazeta Digital