Cattani apoia ‘fuga’ de Bolsonaro aos EUA e alerta para início da ditadura no Brasil

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O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) manifestou apoio ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do cargo para mudança aos Estados Unidos. Segundo Cattani, a decisão do parlamentar se justifica pelo atual cenário político do Brasil, que classifica como uma “ditadura”.

“A gente vive uma ditadura. Estamos no começo dela e bem forte”, afirmou Cattani durante entrevista à imprensa, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), nesta quarta-feira (19).

Ele ressaltou que o filho do ex-presidente Bolsonaro teme ser preso, assim como, segundo ele, muitas pessoas inocentes no país. “Todo meu apoio é ao deputado Eduardo Bolsonaro. Ele realmente teme ser preso, assim como muitas pessoas que não cometem crime nenhum, estão sendo presas no nosso país, né? Então, nós só temos a dizer é apoiar ele”, declarou.

A decisão de Eduardo Bolsonaro foi comunicada por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais na tarde desta terça-feira (18). Na gravação, o filho justificou a licença parlamentar alegando ser vítima de “perseguição” com seu pai. Entretanto, Eduardo Bolsonaro não foi indiciado nem denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na investigação sobre a suposta trama golpista, que mirava impedir a gestão do presidente Lula.

Por outro lado, o deputado bolsonarista foi alvo de uma ação que pedia a apreensão do passaporte. Parlamentares alegaram que Eduardo Bolsonaro tem feito viagens aos Estados Unidos para articular com deputados daquele país ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações das invasões das sedes dos Três Poderes e atentado contra o atual presidente. De acordo com o pedido, o filho de Bolsonaro comete crime de lesa-pátria por constranger o ministro e o Poder Judiciário brasileiro. A solicitação, no entanto, foi negada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em meio à polêmica, políticos governistas afirmam que Bolsonaro busca “fugir” do país para não sofrer eventuais consequências. O deputado tenta alterar a qualificação de seu visto nos EUA para poder trabalhar e permanecer por mais tempo no país. Atualmente, o visto de turismo concede permanência de 90 dias, mas ele pretende ficar pelo menos 120 dias, o período máximo de licença permitido sem perda de mandato.

Para Cattani, a justificativa de Eduardo Bolsonaro condiz com a realidade política do Brasil. “Sim, com certeza condiz com o cenário do Brasil. Tanto assim que nós já temos deputados na cadeia, que inclusive foram perdoados pela presidência da República. Casos inéditos no nosso país. Então, ele tem toda a razão de ser e de falar e eu concordo com ele”, disse o deputado estadual. (Gazeta Digital)