A ex-vereadora Edna Sampaio (PT) desistiu de sua candidatura à reeleição na Câmara Municipal de Cuiabá. Ela teve o registro indeferido devido à cassação de seu mandato por suposta prática de rachadinha.
Embora tenha “desistido” da disputa, Edna continuará envolvida na campanha por meio do mandato compartilhado, conhecido como “3 Pretas”.
Agora, o nome que estará nas urnas será o de Daiely Cristina Gomes de Oliveira, a “Day”.
A retirada do nome de Edna das urnas ocorre após a Justiça Eleitoral indeferir sua candidatura, em consequência da cassação de seu mandato em junho deste ano, o que a deixou inelegível.
Embora o mandato seja compartilhado, vale destacar que Day será a única com direitos plenos, uma vez que seu nome estará nas urnas.
Caso seja eleita, ela receberá o salário e terá poder de decisão.
Caberá a ela escolher se compartilhará os ganhos e se levará em consideração as opiniões de Edna e Neusa nas votações.
A decisão de Edna de desistir da disputa foi oficializada nesta terça-feira (17), após uma série de derrotas na Justiça Eleitoral, que mantém o entendimento de que ela está inelegível por ter tido o mandato cassado em junho deste ano.
Essa movimentação pode estar relacionada à preocupação que uma eventual decisão judicial, anulando os votos em Edna Sampaio, poderiam prejudicar o projeto do PT para a Câmara Municipal.
Historicamente, o partido tem uma cadeira no Legislativo municipal. A situação de Edna poderia levar a perda desse assento.
Outra integrante do grupo é a jornalista Neusa Baptista.
As candidaturas coletivas passaram a ser permitidas na eleição de 2022.
Na prática, o mandato é dividido entre várias pessoas, sem hierarquia e com as decisões sendo tomadas de forma colegiada.
A CASSAÇÃO – Edna Sampaio foi cassada após acusações de que ela obrigou sua ex-chefe de gabinete, Laura Abreu, a devolver a verba indenizatória que recebia como parte do seu salário para uma conta controlada pela então vereadora.
O marido de Edna, Willian Sampaio, agia como cobrador, mandando mensagens para que Laura não esquecesse de fazer as transferências.
Isso durou pelos quatro meses em que Laura trabalho no gabinete de Edna.
A Verba Indenizatória era de R$ 5 mil, de modo que foram devolvidos à então parlamentar R$ 20 mil.
Laura Abreu, que é uma mulher preta, pobre e periférica, foi demitida durante a gravidez, o que levou a Câmara Municipal a ser obrigada a pagar uma indenização de R$ 70 mil para ela.
Em depoimento à Comissão de Ética do Legislativo, Laura disse que foi demitida porque Edna acreditava que a gestação iria atrapalhar o seu desempenho na função.
A vereadora cassada diz que o dinheiro que Laura era obrigada a devolver deveria ser usado para custear as despesas do gabinete.
Fonte: Diário de Cuiabá