O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT), Cláudio Fernando Carneiro Tinoco, determinou que os quatro policiais investigados por forjar um confronto com assaltantes envolvendo a arma usada no homicídio do advogado Renato Gomes Nery, em Cuiabá, sejam asfastados das funções, a partir desta sexta-feira (25).
Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins terão o fardamento e apetrechos recolhidos. A decisão publicada no Diário Oficial do Estado, nesta quinta-feira (24), se baseou na decisão da 11ª Vara Criminal, no qual foram determinadas outras medidas cautelares, como a retirada do porte de armas.
O g1 tenta localizar a defesa de Wekcerlley Benevides de Oliveira e entrou em contato com a defesa de Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Eles são investigados por forjar um confronto com assaltantes envolvendo a arma usada para matar o advogado, em julho do ano passado. De acordo com a denúncia, os PMs seriam os responsáveis por esconder a arma usada para matar o advogado e inseri-la na cena de um suposto confronto para dificultar as investigações.
Em junho deste ano, o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou os PMs por organização criminosa, alteração da cena de crime, porte ilegal de armas de uso restrito e falsidade ideológica.
Para o MPMT, o que conecta o confronto forjado e o assassinato de Renato é a confirmação da origem da munição encontrada no local do crime. Conforme a perícia, as munições eram do batalhão das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), onde os PMs e outros investigados trabalhavam na época.
A perícia aponta ainda que não houve troca de tiros, como os policiais militares relataram. Nem a viatura e nem o carro onde os assaltantes estavam tinham perfurações.
Quem são e como agiram os investigados
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/O/D/LBacxBRGWBuSsOobShXw/13010708-10207809015196102-8732377747918815691-n.jpg)
Advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos — Foto: Divulgação
Além dos PMs investigados, outras seis pessoas foram presas por envolvimento direto no assassinato de Renato Nery. Veja abaixo quem são:
- Caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva – atirador
- Sargento da PM Heron Teixeira Pena Vieira – intermediador recebeu dinheiro, arma e contratou o Alex pra fazer executar
- Cabo da PM Jackson Pereira Barbosa – intermediador entregou dinheiro a Heron
- Policial da inteligência da Rotam, Ícaro Nathan Ferreira – intermediador que entregou parte do dinheiro ao Heron e entregou a arma
- Empresário Cesar Jorge Sechi – mandou matar Nery por causa da disputa de terra
- Empresária Julinere Goulart Bastos – mandou matar Nery por causa da disputa de terra. Ela é esposa de Cesar (Fonte: G1 MT)