Candidaturas de Pivetta, Jayme, Wellington, Janaina e do PT pode levar disputa para o segundo turno

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Mato Grosso caminha para mudar sua história político-eleitoral em 2026, quando pela primeira vez, desde a Constituição Federal de 1988, os eleitores terão que escolher o futuro governador do Estado em dois turnos.

Este cenário se demonstra a cada dia mais possível de ocorrer por causa das disputas internas dentro dos partidos políticos, futuras Federações ou Coligações, pois até o presente momento, se tem colocado na disputa, (mesmo restando 441 dias para o eventual primeiro turno das eleições de 2026), as pré-candidaturas de Otaviano Pivetta (Republicanos), atual vice-governador desde 2019 acompanhando o governador Mauro Mendes eleito em 2018 e reeleito em 2022; o senador Jayme Campos (UB) próximo de concluir seu segundo mandato e o também senador Wellington Fagundes (PL), que completa metade de oito anos do seu segundo mandato no ano que vem, um estimulo em tanto para que o mesmo dispute a sucessão do Governo de Mato Grosso.

Este cenário com três nomes colocados para o Governo de Mato Grosso ainda não permite se falar na possibilidade de um dos pré-candidatos já colocados não atingir 50% + um voto, o que manteria a tradição do preferido ser eleito em primeiro turno, mas a tendência é que o Partido dos Trabalhadores ou até mesmo o aliado PSD do também senador Carlos Fávaro, ministro da Agricultura do Governo Luiz Inácio Lula da Silva tenha candidatura própria oferecendo um palanque para o presidente da República que caminha para disputar seu quarto mandato.

Carlos Fávaro também está na parte final do seu mandato de senador, mas tem se mantido firme na disputa pela reeleição, em que pese os últimos fatos políticos e a disputa internacional com os Estados Unidos da América por causa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ter o poder de fomentar a necessidade do mesmo disputar o Governo do Estado.

Certo é que o PT e partidos aliados terão um candidato e de preferência viável, pois Mato Grosso repetidamente tem dado demonstração de acompanhar os nomes de centro-direita e mais recentemente os considerados extrema-direita como favoritos, mas em um cenário de quatro ou cinco nomes viáveis, qualquer resultado se torna imprevisível, ainda mais se pela primeira vez acontecer um segundo turno nas eleições gerais de 2026.

Cinco candidaturas com consistência, tornam o cenário político futuro instável a acaba por abrir outras perspectivas como de uma própria corrente do Governo Mauro Mendes que defende um nome novo na disputa majoritária, como do presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), mas com chances de migrar para o Podemos que está conversando com o PSDB e pode caminhar com o Republicanos e o MDB que sinalizaram por uma Federação.

Também aparece neste cenário novo, o nome da deputada Janaina Riva, que assume a direção do MDB agora em agosto e já se lançou na disputa para uma das duas vagas no Senado da República, em que pese ela ter seu nome lembrando com consistência para o Governo do Estado, o que volta a inebriar ainda mais as disputas que podem ganhar novos nomes com o afunilamento nas disputas e nos prazos eleitorais que apesar de distantes, exigem que amarrações sejam feitas com antecedência.

O União Brasil que tem reais chances e nomes em condições de disputar a sucessão do governador Mauro Mendes, justamente por ser o governador o maior cabo eleitoral do momento e do partido, se encontra em uma crise interna gigantesca, por ter o seu comandante em chefe assumido um compromisso pessoal, particular (como se fosse possível separar interesses particulares e políticos em uma eleição) em apoiar a candidatura do seu vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) que não está entre as siglas que mais atraem o União Brasil nacionalmente, mas em Mato Grosso pode até virar.

O apoio de Mauro Mendes para Otaviano Pivetta sempre foi externado publicamente pelo chefe do Executivo Estadual, mas ele ganhou um novo contorno, no último dia 08 de julho, quando em um encontro para a apresentação dos resultados de uma pesquisa qualitativa para o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, ex-ministro de Michel Temer juntamente com o também ministro a época Blairo Maggi, presente a reunião juntamente com seu primo e também megaempresário do agronegócio, Erai Maggi, o presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), vários deputados estaduais, Mauro Carvalho, presidente do PRD e primeiro suplente do senador Wellington Fagundes (PL) candidato do outro lado, entre outros, de cabeça pensada resolveram espalhar na imprensa a necessidade de construir um cenário de continuidade por mais quatro anos do mandato até agora cumprido por Mauro Mendes e o nome que reuniria as melhores condições naquela reunião seria o de Otaviano Pivetta.

Ao externar publicamente o encontro e seus resultados no dia 08 de julho, a crise de desconfiança entre as principais lideranças do União Brasil se tornou ainda mais latente, tanto que no dia 10 de julho, Mauro Mendes e Otaviano Pivetta, aproveitaram uma visita oficial do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), para que o chefe do Executivo Estadual confirmasse seu apoio pessoal, particular as pretensões do vice-governador Otaviano Pivetta, mas que essa decisão ainda não havia sido discutida com o União Brasil.

A posição do governador e do vice, justamente durante a visita do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini do Partido Liberal (sigla em que Mauro e Pivetta fizeram uma enorme força para ingressarem, mas foram barrados pela decisão da cúpula liberal em apoio as candidaturas de Wellington Fagundes (Governo) e José Medeiros (Senado)), não foi bem interpretada e digerida pela maioria da cúpula do União Brasil que já vinha amargurado desde a primeira reunião no dia 08.

Na segunda-feira da semana passada, uma reunião da cúpula do União Brasil, foi estrategicamente cancelada e se tornou uma reunião de cúpula no Palácio Paiaguás entre o governador Mauro Mendes, o senador Jayme Campos, o secretário-geral do União Brasil e líder do Governo o Parlamento Estadual, Dilmar Dal’Bosco, além dos deputados Júlio Campos e Eduardo Botelho, só que diferente da reunião do Republicanos, os presentes fizeram um pacto de silêncio e deixaram apenas o deputado Eduardo Botelho para falar sobre a reunião, sobre o compromisso particular do governador e que o senador Jayme Campos estaria liberado para construir sua candidatura, pois a decisão final caberá ao partido e seus filiados que tendem a defende uma candidatura própria.

Aliás, Botelho com sua fala enigmática ou atrapalhada mesmo, deixou no ar outro questionamento que muda todo este cenário eleitoral, ou seja, se o governador Mauro Mendes concluir o mandato e não disputar as eleições, provavelmente Jayme Campos deve tentar a reeleição, mas sempre de olho no Governo do Estado, pois o Executivo tem se demonstrado uma disputa menos instável e menos disputada, pois com duas vagas a probabilidade de se ter mais de 10 candidatos as duas vagas de Senador da República, é difícil até para os mais experientes compreender como a eleição transcorre em relação aos dois votos para o Senado e quem é o primeiro ou o segundo voto.

Certo mesmo é que o cenário montado até o momento, colocam várias postulações ao governo do Estado e a possibilidade disto fomentar outros cenários como uma eventual candidatura da deputada Janaina Riva, que assume o MDB nos próximos dias e que aparece bem cotada tanto para o Governo do Estado como para o Senado da República, cargos cobiçados por todos aqueles tendem a entrar na disputa majoritária.

As Federações e Coligações é que podem aguçar ainda mais a disputa para 2026, pois a Federação União Progressista (União Brasil + Partido Progressista); a Federação do MDB de Janaina Riva e Republicanos de Otaviano Pivetta que ainda pode ganhar a coligação com o Podemos e o PSDB e a Federação entre o Solidariedade e o PRD, somadas as três federações já existentes no Brasil que abrangem sete partidos com validade até 2026 entre o PT-PCdoB-PV; Psol-Rede e PSDB-Cidadania, tornam as disputas em Mato Grosso e em todos os Estados ainda mais dificeis de serem amarradas e consolidadas.

Em tempo, uma carreta exposta na cidade de Nova Olímpia, distante 207 km de Cuiabá e em uma das regiões mais promissoras para o agronegócio de Mato Grosso e do Brasil, traz um enorme banner do Senador Jayme Campos (União Brasil) com os seguintes dizeres:
“Jayme Campos passou aqui! 2023 mandou R$ 1 milhão para a Saúde; 2024, R$ 2 milhões para obras de asfalto e 2025 – 1 Pick-up Strada para a Defesa Civil e um UTI Móvel”, e a frase final: “Vamos construir um 2025 com Jayme Campos.

Aliás, o senador contabiliza R$ 1 bilhão em emendas destinadas para todos os 141 municípios de Mato Grosso e mais recentemente para Boa Esperança do Norte, município que em 2024 elegeu pela primeira vez seu prefeito, vice e seus vereadores, após o Supremo Tribunal Federal validar a lei do ano de 2000 que levou 25 anos para ser emancipada e se transformar em município. (Por Marcos Lemos/Diário de Cuiabá)