Câmara de Pedra Preta instala comissão processante contra vereador que xingou prefeita

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A Câmara de Pedra Preta (240 km de Cuiabá) determinou a instalação de comissão processante para apurar denúncias de quebra de decoro contra o vereador Gilson da Agricultura (União Brasil) na noite desta segunda-feira (1º). Gilson chamou a prefeita Iraci Ferreira (PSDB) de “cachorra viciada”.

O procedimento foi aberto por seis votos favoráveis e dois contrários. Até mesmo o suplente de Gilson, Ronaldo Pereira dos Santos (União Brasil), concordou com o início da comissão.

O requerimento 10/2025 aponta que Gilson foi alvo de três denúncias apensadas ao mesmo processo. Os documentos são assinadas pelo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Léo Bortolin (MDB); da prefeita Iraci; e da primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes (União Braisl) e deputada federal Gisela Simona (União Brasil) que representaram juntas.

O decreto de lei 201/1967 que discrimina a prática de infração política-administrativa por quebra de decoro vai nortear o processo. O ofício 117/2025, lido durante a sessão, destaca que no dia 25 de agosto, ao chamar a prefeita de “cachorra viciada”, a conduta de Gilson foi “incompatível com a dignidade da Câmara sendo requerida em todas as denúncias a cassação do mandato” do vereador.

MEMBROS DA COMISSÃO

Foram sorteados para compor a comissão: o vice-presidente da Câmara e presidente do União Brasil em Pedra Preta, Ediérico Machado; Éder da Mecânica (PSB); Fernando do Gelvalino (Podemos); e Chico Lima Tur (PSDB).

Após o sorteio o presidente da Câmara, Laudir Martarello (PSB), concedeu intervalo de 15 minutos para que os vereadores definissem as funções. Ediérico ficou como presidente da comissão, Fernando secretário e Chico o relator.

PEDIDO DE PERDÃO

Gilson fez a própria defesa. Ele admitiu o erro e disse que gostaria de “apagar” o episódio. O vereador apelou aos pares e a prefeita pelo perdão, mas foi ignorado. Até o seu suplente votou pela instalação do procedimento que pode retirar Gilson da Câmara.

“Admito que errei e se eu tivesse uma oportunidade de apertar um botão para apagar tudo o que a família da prefeita Iraci está passando, os filhos dela, o marido, eu apertava. Não tenho o poder de voltar o tempo pra trás. Hoje, estou sendo acusado. A família da prefeita pé a vítima. Mas amanhã podem ser qualquer um, de nós”, falou o vereador na tribuna.

PREFEITA EXIGIU RESPEITO

Iraci e Gilson pertenciam ao mesmo grupo político. O vereador foi cabo eleitoral da prefeita nas duas campanhas ao Executivo e, nas eleições de 2024, foi um dos coordenadores da chapa. Ele também atuou como secretário Municipal da Agricultura, fato destacado pela prefeita por, segundo ela, ter contribuído com sua eleição ao Legislativo. A prefeita não comentou se aceitaria o pedido de perdão de Gilson e ressaltou que o episódio será um marco para outras mulheres não sejam ofendidas.

“Estou há quase 16 anos na política, não tenho nenhum processo e nunca viram eu chegar na tribuna e diminuir ninguém. Fiz meu papel de vereadora e hoje faço meu papel no Executivo, sendo prefeita reeleita com 70% dos votos. Isso merece respeito e estou aqui pedindo respeito”, concluiu. (HNT)