O Sindicato dos Agentes de Fiscalização do Município de Cuiabá (SINDASFIMC) encaminhou esta semana para a Câmara Municipal uma representação contra o vereador Abílio Júnior (PSC), o Abilinho, pedindo a quebra de decoro parlamentar por suposta tentativa de invasão da casa do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Na ocasião, segundo o sindicato, o vereador tentou obrigar fiscais para fazer a fiscalização na residência do gestor.
O presidente da Câmara, vereador Misael Galvão (PSB), já passou para a Comissão de Ética a representação, para que se inicie o processo de investigação. “Vamos agora notificar oficialmente o vereador Abílio Júnior, para que ele tome ciência quanto a esse processo e dar a um prazo a ele para que possa se defender. Também vamos convocar aqueles que estão envolvidos nesse processo”, explicou o presidente da Comissão de Ética da Câmara, vereador Toninho de Souza.
A suposta tentativa de invasão da casa do prefeito, no bairro Jardim das Américas, aconteceu no dia 9 de maio. Abilinho estava filmando com o celular uma obra na residência, que estaria irregular por não ter alvará. Na ocasião o motorista da primeira-dama de Cuiabá teria tomado o celular de Abilinho para impedir ele que parasse com a gravação e chamou a Polícia Militar.
Os dois acabaram registrando boletins de ocorrência na delegacia do bairro Planalto e o celular foi devolvido. Na ocasião, Abilinho foi acusado por ameaça, injúria e violação de domicílio, e o motorista por ameaça e injúria.
Na época, o SINDASFIMC emitiu uma nota dizendo que a obra tinha sido vistoriada e acusou o vereador de “sensacionalismo”. Na representação entregue à Câmara, o sindicato afirma que Abilinho teria tentado obrigar fiscais a entrar em seu veículo particular para ir fiscalizar a obra na residência. “Naturalmente que esses servidores serão convocados para serem ouvidos pela Comissão de Ética”, adiantou Toninho de Souza.
Em maio, o delegado que cuida do caso disse que não viu elementos que comprovassem que Abilinho teria tentando invadir a casa do prefeito e também tenha cometido os crimes de ameaça e injúria.
De acordo com Toninho de Souza, oficialmente é a primeira representação que chega à Comissão de Ética, mas já houve outras contra o vereador, só que não foram levadas adiante. “Os presidentes anteriores, Justino Malheiros, e até Misael Galvão, entenderam que não tinham indícios, fundamentos e eles, de oficio, acabaram arquivando e não encaminhando para a Comissão”, explicou.
São vários os episódios polêmicos envolvendo Abilinho. No final de dezembro, ele se envolveu em uma confusão na inauguração de uma etapa do Hospital Municipal de Cuiabá. Na ocasião, ele disse que aquela inauguração era “uma farsa e que o ato era ilegal” porque a nova unidade não estava com todas as etapas concluídas e acabou sendo contido por seguranças para não atrapalhar a cerimônia. Ele também já se envolveu em confusões com colegas no parlamento, durante votações de projetos e debates e também foi expulso (na noite de 3 de abril), juntamente com outros vereadores, do atual pronto-socorro por ordem do secretário de Ordem Pública, quando estavam lá para fazer uma fiscalização.
E depois de todas estas situações, será a primeira vez que Abilinho irá passar por um processo na Comissão de Ética. “Vamos de deflagrar esse processo obedecendo aos prazos legais, daremos o direito de defesa ao vereador Abílio de forma transparente, temos experiência nesse tipo de investigação e nós vamos esclarecer essa situação, como nos sempre fizemos na comissão de ética”, assegurou Toninho de Souza (PSD).
Fonte: Folhamax