O Brasil pode ter até três vacinas para combater à covid-19 até o fim deste ano. Autoridades governamentais e pesquisadores estão em negociação com indústrias farmacêuticas e universidades do Reino Unido, Alemanha e China.
Duas delas estão na fase 3 de pesquisa, com amostra de capacidade de eficácia e testagem em indivíduos em larga escala. As informações foram apresentadas em painel, nesta sexta-feira (3), moderado pelo Fórum Inovação Saúde (FIS).
Vetor viral
A parceria mais avançada está entre o governo federal, a Universidade de Oxford e indústria farmacêutica AstraZeneca. A parceria, já anunciada pelo Ministério da Saúde, estima que, se o resultado das pesquisas for positivo, 30 milhões de doses estejam disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) até janeiro de 2021.
A diretora médica da AstraZeneca, Maria Augusta Bernardini, disse que a vacina está sendo desenvolvida bom base na proteína skipe, a mesma usada pelo novo coronavírus para adentrar nas células do organismo humano.
“Esse é um vetor viral não replicante, que não é capaz de produzir reação no organismo e cria a capacidade de imunização”, afirmou.
A parceria brasileira envolve o teste do produto na fase 3 em 6 mil indivíduos. No Reino Unido, cerca de mil pessoas participaram do teste nas fases 1 e 2.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) será o responsável pela administração da tecnologia da vacina e também pela produção das primeiras doses.
RNA mensageiro
Outra vacina está sendo produzida em parceria pelas indústrias Pfizer e Bayer e também está na fase 3 de análise. Conforme o presidente da Pfizer Brasil, Carlos Murillo, o produto está sendo desenvolvido com base na tecnologia RNA mensageiro.
Ela orienta a produção proteína na molécula RNA, junto ao DNA humano, através do ácido nucleico.
“Essa vacina é capaz de utilizar a maquinaria do organismo, dar orientação para gerar anticorpos ao vírus”, disse.
Conforme o diretor, se o resultado for positivo, as indústrias poderão produzir doses, na casa dos milhões, a partir de outubro.
Nesse caso, os andamentos estão mais lentos por conta das negociações com o governo brasileiro para a parceria de coprodução.
Vírus enfraquecido
A terceira vacina ainda está na fase pré-clínica. Ela está sendo realizada em parceria do Instituto Butantã e o governo da China. O presidente do instituto, Dimas Covas, afirma que a tecnologia usada é uma versão enfraquecida do Sars covs-2 (causador da covid-19) para impedir a instalação do vírus no organismo.
“O estudo pode passar para as fases de teste nas próximas semanas. Aí, teríamos teste com mil indivíduos da saúde, que seriam o grupo prioritário, e a partir da segunda fase para qualquer pessoa acima de 18 anos”.
Essa vacina tem a previsão mais curta para entrar no mercado se o resultado for positivo. Ela já estaria disponível, na casa 60 milhões de dose na primeira etapa, a partir de setembro.
Fonte: Redação/O Livre