Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Distrito Federal, na quinta-feira (5), o blogueiro Wellington Macedo de Souza, conhecido como “homem-bomba dos atos golpistas”, jogou no comparsa Alan Diego dos Santos a responsabilidade pela tentativa de explosão no Aeroporto de Brasília.
Ambos foram condenados pelo crime. Allan Diego da cidade de Comodoro (644 km a Oeste de Cuiabá). Wellington disse que estava em um carro com Alan Diego na ocasião, mas que não sabia da existência de explosivos no veículo.
“Perguntei o que estava acontecendo e vi na mão dele um controle, tipo de ar-condicionado, e ele disse: ‘Não pare mais. Pode seguir. Vou explodir o caminhão’. Entrei em pânico, em desespero, porque ainda tinha uma mochila no banco traseiro. Falei para ele: ‘Como você faz isso comigo? Estou com uma tornozeleira eletrônica’. Falei que todo o percurso que foi feito estava registrado”, disse.
A ideia dos condenados era colocar explosivos em locais estratégicos, como um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília.
Alan Diego fazia várias publicações no Instagram contra o resultado das urnas, com frases como “está chegando a hora”, postada no dia em que a bomba foi colocada, e a hashtag “patriotas”. Em um dos posts, publicou a foto de uma arma. Questionado duas vezes, disse primeiro que aquela era uma “foto da internet”.
Em maio, Alan foi condenado a 5 anos e 4 meses, em regime inicial fechado. Já Wellington foi condenado a 6 anos de prisão, em regime inicial fechado. Wellington acabou preso em 14 de setembro no Paraguai, após uma operação conjunta da Polícia Nacional paraguaia com a Polícia Federal (PF).
O blogueiro já compareceu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), do Congresso Nacional, e ficou em silêncio, direito garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após pedido de habeas corpus preventivo protocolado pela defesa.
CONDENAÇÃO – Segundo a Justiça, a condenação de Wellington Macedo deveu-se por “expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outro, mediante colocação de dinamite ou de substância de efeitos análogos em um caminhão-tanque carregado de combustível, bem como causar incêndio em combustível ou inflamável”.
O condenado quebrou a tornozeleira eletrônica dois dias após o episódio da bomba. Ele usava o equipamento desde outubro de 2021. Mesmo considerado foragido da Justiça, o blogueiro tentou entrar na cerimônia de posse do presidente do Paraguai, Santiago Peña.
Wellington havia sido preso em 2021 por estimular manifestações com pautas antidemocráticas, em 7 de setembro daquele ano, mas tinha sido liberado da prisão sob condição de usar a tornozeleira eletrônica 24 horas por dia.
Fonte: Diário de Cuiabá