Biocombustível pode transformar estado em protagonista da transição energética brasileira

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Parlamentares, investidores, especialistas, produtores de grãos, representantes dos governos Estadual e Federal, além de conselheiros de entidades estrangeiras enchiam o auditório de um importante hotel da cidade. No hall, estandes de usinas de todo o estado indicavam que o debate, que reunia tanta gente, estava centrado em tecnologia, sustentabilidade, bioenergia e na produção de um dos mais promissores biocombustíveis do mercado: o etanol de milho. A escolha por Cuiabá como sede da primeira Conferência Internacional da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM) não se deu por um motivo qualquer.

Mato Grosso pode protagonizar nos próximos anos a tão discutida transição energética brasileira. Dados divulgados pelo Bioind MT (Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso) e pelo IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) apontam que na safra 2023/24, o estado produziu 43,8 milhões de toneladas de milho, sendo responsável por 38% da safra nacional. Neste período, a moagem de milho também foi recorde, 10,1 milhões de toneladas, um crescimento de 37,8%, o maior percentual de crescimento anual já registrado no estado. O mesmo para a produção de etanol, cujo crescimento foi de 38,4% em relação ao período anterior.

“O etanol de milho é o mais novo fenômeno econômico do Brasil e, para nossa alegria, está acontecendo em Mato Grosso. Nós temos a capacidade natural de chegar a 100 milhões de toneladas nos próximos 10 ou 12 anos. Isso quer dizer que tem muita oportunidade para esse segmento que é símbolo de sustentabilidade. O etanol de milho é a fonte de energia do futuro. É bom para quem trabalha a terra, para quem produz, para quem industrializa e para quem consome. Nós temos a convicção de que Mato Grosso está contemplado pela natureza para ser um líder mundial na produção”, enfatizou o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) durante a conferência internacional ocorrida em março deste ano.

Como explica o presidente do Bioind MT, Silvio Rangel, a indústria do etanol de milho traz, atualmente, pelo menos quatro importantes benefícios para o país: produz biocombustíveis e óleo de milho; fornece fertilizantes e proteína vegetal para alimentação animal e levedura; emite créditos de carbono; e gera energia elétrica a partir de resíduos. “É um setor onde tudo é reaproveitado e produz renda, gera empregos e aumenta a arrecadação de impostos”, destaca. Hoje, Mato Grosso tem 11 indústrias de etanol de milho e outras quatro previstas para entrar em operação nos próximos anos.

Fonte: PNB Online