Baixada cuiabana tem 146 desaparecidos ligados a facções em 8 anos, diz DHPP

Fonte:
Foto: Reprodução

Desde 2017, a região da baixada cuiabana já registrou 146 desaparecimentos ligados à facções criminosas. Apenas nos primeiros 8 meses desse ano, já foram 26 casos. Os dados são do Núcleo de Pessoas Desaparecidas (NDP) da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá. As informações são do RD News. Confira:

Os casos começaram a ser monitorados pelo núcleo em 2017. Desde então, o número só subiu na Capital. No primeiro ano, foi apenas um desaparecimento ligado à organização criminosa. Já nos primeiros oito meses de 2025, foram 26.

Conforme a coordenadora do Núcleo de Pessoa Desaparecidas da DHPP, escrivã Jannaina Paula, o aumento se deu pelo modus operandis do Comando Vermelho. “O que eles faziam antes? Eles matavam e jogavam para todo mundo ver. Como começou a ter retaliação, no sentido de eles serem punidos e presos pela polícia, agora os faccionados começaram a ocultar os corpos. Por isso, o número de desaparecimentos aumentou”.

Ainda de acordo com a escrivã, o “modus operandis” começou na baixada cuiabana e se espalhou para o interior, como uma forma de lição e de mandar uma mensagem sobre o que a organização era capaz de fazer a quem desobedecesse suas ordens.

Entre os casos mais emblemáticos, está o dos cinco trabalhadores maranhenses identificados como: Diego de Sales Santos, de 22 anos; Wallison da Silva Mendes, de 21 anos; Wermison dos Santos Silva, 21; Mefibozete Pereira da Solidade, de 25 anos; e Walyson da Silva Mendes, 25.

PJC

12 corpo em cemit�rio clandestino em lucas do rio verde

O desaparecimento do grupo foi registrado no dia 09 de fevereiro. As ossadas de Diego de Sales Santos e de Mefibozete Pereira da Solidade foram encontradas no dia 12 de março em um cemitério clandestino, localizado no bairro Pirineu, em Várzea Grande.

Conforme Jannaína, a polícia sabe da existência dos cemitérios clandestinos em Cuiabá e Várzea Grande,  mas como as áreas são vastas, ainda tem dificuldade para encontrar os restos mortais.

“A dificuldade é que é um espaço muito grande. É muito amplo. E quem participar de uma busca, vai ver que é difícil. Até mesmo com o Corpo de Bombeiros, com cães farejadores, às vezes, um pouco é sorte, porque, por exemplo, às vezes se passa ao lado e não acha. É igual uma caça ao tesouro. É muito difícil fazer busca assim”, salienta.

Rodinei Crescêncio/Rdnews

Delegado Caio Albuquerque DHPP

Delegado da DHPP, Caio Albuquerque

A técnica de esconder corpos está ligada ao fato de a facção achar que, sem eles, os criminosos não serão responsabilizados. No entanto, o delegado Caio Albuquerque, chefe da DHPP, esclarece que, sem corpo há crime sim. “Temos que afastar essa história de que sem corpo não tem crime. Que fique bem claro, sedimentado, enraizado na cabeça das pessoas e daqueles que querem praticar homicídios ocultando cadáveres, que revelado a autoria, o suspeito vai ser preso, ainda que não tenha um vestígio de corpo. Mesmo se não for encontrado o corpo, a resposta criminal vai ser feita”, garantiu. (Fonte: RD News)