Baixada Cuiabana deve ser a primeira região de MT a sair da pandemia, indica estudo

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Cidades da Baixada Cuiabana devem ser as primeiras de Mato Grosso a sair da pandemia do novo coronavírus. O histórico do contágio pode ser mais curto e não apresentar pico de casos, como vem ocorrendo em outros países. As informações são do ‘O Livre’.

A avaliação está no estudo “Evolução da covid-19 em Mato Grosso”, desenvolvido pelos departamentos de Saúde Coletiva e de Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). 

A previsão é que as nove cidades da região comecem apresentar dados de saída da pandemia até meados de agosto. Neste período, elas devem registrar casos diários em níveis mais baixos, porém, em um número constante por um período mais prolongado. 

“Podemos dizer que o pico da doença não ocorrerá ao mesmo tempo para todas as cidades. Assim como elas tiveram momentos diferentes de registro do primeiro caso, também deverão sair em momentos diferentes. Aquelas cidades que tomaram medidas precoces podem ter modificado o andamento do contágio”, explica o professor Moisés Cecconello.

O estudo é estruturado por regiões de saúde de Mato Grosso. 

Duração da pandemia

Responsável pelos cálculos do estudo, o matemático diz que, apesar de ainda poder haver  novas modificações, é mais seguro hoje dizer quando deve ser o fim da pandemia.

A estimativa é feita com base em ao menos três fatores: o “tempo de vida” do vírus em outros lugares que não o corpo humano, a aceleração do contágio e as medidas tomadas para a prevenção. 

“A estimativa média de tempo da pandemia em outros países, outras cidades, está variando entre quatro e seis meses. E isso tem algo a ver com a própria natureza da doença, digamos assim. Em São Paulo, por exemplo, onde o primeiro caso foi registrado em março, agora a cidade está começando a voltar ao normal. Então, podemos dizer que a duração foi de quatro meses”, comenta. 

(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Aceleração  

Em Cuiabá, a aceleração teve início há cerca de 40 dias. No dia 1º de junho, a Capital tinha 568 casos confirmados; em 1º de julho, saltou para 3.315 – um aumento de 483%. E até o fim da tarde desse segunda-feira (13), havia 6.251 casos confirmados – alta de 88% em duas semanas. 

“Mas pode ser que esse comportamento mude nas próximas semanas. Cuiabá já está entrando no quarto mês da pandemia e tomou medidas precocemente, o que nos leva a estimar que a pandemia não irá se prolongar mais muito tempo”, pontuou. 

O pico para o contágio vem sendo estimado desde 10 maio para Cuiabá. Conforme a Vigilância de Saúde do município, ele “atrasou” porque houve maior isolamento social no início da pandemia. 

O cálculo considerado mais seguro, desta vez, é feito tanto com os dados que mostram aceleração do contágio quanto o tempo de vida da pandemia. 

Sem pico e platô prolongado 

Conforme o professor Moisés Cecconello, as medidas adotadas por Cuiabá nas primeiras semanas da pandemia e, mais recentemente a quarentena obrigatória por determinação judicial, podem ter levado à diluição do pico do contágio. 

Isso significa que a cidade deverá reduzir o registro diário de novos casos lentamente, sem queda acentuada nos números. Mas não existe avaliação se o contágio atravessa um momento de menos risco, por causa da quantidade de pessoas infectadas.

“Não sabemos ainda como será o comportamento das medidas com esse último isolamento. Mas as medidas visam controlar o contágio. O que podemos dizer, com base nas primeiras medidas, é que em Cuiabá não deverá ocorrer o pico do contágio”, afirmou. 

Conforme o professor, a proporção atual de casos discretos para a covid-19 – pessoas que tiveram sintomas leves ou nenhum sintoma – é de um quinto do registro oficial dos órgãos de saúde. 

Ou seja, os casos divulgados diariamente representam apenas 20% do total de pessoas realmente infectadas. Estima-se que em Cuiabá, com base nessa regra, o número de pessoas infectadas esteja se aproximando de 40 mil.

Fonte: O Livre