Arquivo Nacional guarda relatos de OVNIs em MT; veja casos

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O piloto de um avião que seguia de Sinop ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), relatou ter avistado um OVNI (Objeto Voador Não Identificado) durante a rota, em junho de 2023. A informação veio a público neste mês, quando o Arquivo Nacional divulgou novos relatos sobre avistamentos nos céus do Brasil.

O piloto relatou que viu um objeto semelhante a uma estrela ou farol, que brilhava muito, emitia luz branca, mas às vezes tinha cor avermelhada. Ainda segundo ele, o objeto fazia movimentos circulares.

“O observador conduzia a aeronave na rota Sinop [MT]-Campinas [SP], FL 390 [a 39 mil pés] quando avistou o OVNI no seu horizonte, 20º acima. Segundo o observador, muito acima do FL 400 [nível de 40 mil pés]. O objeto realizava movimentos circulares, tinha forma semelhante a uma estrela ou um farol, emitia luz branca e por vezes tinha cor de uma sombra avermelhada”, diz ele no documento.

Este é um dos 30 documentos com relatos de pilotos brasileiros relatando avistamento de OVNIs nos céus do país e divulgados este mês.

Nessa leva de documentos, há mais uma ocorrência em voo registrada. Outro piloto relatou em 2023 em um voo que seguia de Manaus para Guarulhos ter avistado três objetos de cor branca, que emitiam luzes, se deslocando horizontal e verticalmente, próximo ao Aeroporto de Alta Floresta.

No relato o piloto ainda disse que as luzes eram parecidas com as avistadas meses antes em Porto Alegre. Entretanto, especialistas disseram que se tratavam de satélites que se deslocam em órbita baixa.

Documentos secretos

Não é a primeira vez que objetos voadores não identificados são vistos e reportados em Mato Grosso. A reportagem do MidiaNews encontrou mais quatro outros documentos de décadas passadas, classificados como confidenciais, relatando avistamentos no Estado. Todos os relatos estão no Arquivo Nacional.

Em uma ocorrência registrada em janeiro de 2002, um morador do bairro Centro Sul de Cuiabá relatou ter visto um objeto oval de cerca de 50 centímetros de cor branca no céu. Ele se movia em uma velocidade de aproximadamente 200 km/h, não emitia som e não deixava rastros.

Já em um questionário, que na época também foi tratado como “Confidencial”, feito em janeiro de 1998, um morador afirmou ter visto um objeto que teria caído em Diamantino. Quem relatou disse que o OVNI tinha cor azul e provocou um estrondo na queda. O objeto estaria próximo a Diamantino, na BR-364.

Um outro registro, de novembro de 1995, ocorreu durante um voo que saiu do Aeroporto Marechal Rondon com destino a Congonhas, em São Paulo. O piloto relatou ter observado um objeto com luzes verdes, vermelhas e brancas durante 40 minutos. Ele disse que mais de três pessoas também testemunharam a aparição.

Por fim, o mais antigo registro é de junho de 1994, quando duas pessoas relataram terem visto dois objetos de cor azul parados no céu de São Félix do Araguaia. Eles teriam permanecido assim por pelos menos duas horas e “voavam” próximos um ao outro.

Os documentos citados acima estão disponíveis na galeria, ao fim da matéria. Os papéis pertenciam à FAB (Força Aérea Brasileira) e agora foram disponibilizados.

Todos os documentos da Força Aérea desde 1952 até 2023 já foram transferidos para o Arquivo Nacional e agora estão em domínio público. O órgão tem quase mil registros relacionados ao aparecimento de OVNIs no Brasil, o que não quer dizer que sejam referentes a extraterrestres, podendo se tratar de drones, estrelas, satélites, balão meteorológico ou fenômeno natural.

Segundo o psicólogo e presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP), Ataíde Ferreira da Silva Neto, a liberação de documentos antes considerados confidenciais pela FAB é resultado dos esforços e pedidos feitos pela CBU (Comissão Brasileira de Ufologia).

“Por intermédio de dedicados investigadores, buscando e remexendo, muitas documentações oficiais vieram à tona, e outras documentações ainda estão a vir. O que veio à tona é apenas a ponta do iceberg”, disse.

“Por eu ser membro da CBU, tenho respaldos significativos para afirmar que há muito mais coisas ainda escondidas pelas nossas três forças militares brasileiras”, questionou.

Ufologia forte em MT

A ufologia é um fenômeno forte no Estado e vem crescendo nos últimos anos. Até porque é em Mato Grosso que está localizada a primeira cidade no Mundo a ter um “discoporto”, construído para receber naves extraterrestres.

Barra do Garças (520 km de Cuiabá) é conhecida nacionalmente pelo misticismo que permeia a cidade e o entorno, região da Serra do Roncador. Por isso, o município é visitado cada vez mais por amantes da ufologia e parapsicologia.

Além disso, Mato Grosso teria sido o primeiro estado brasileiro a publicar na imprensa nacional relatos sobre aparições de OVNIs, datado do ano de 1846. Essa informação é de Ataíde, que faz reuniões da AMPUP uma vez por mês para conversar e debater sobre esses assuntos.

O fato teria sido testemunhado por Augusto Leverger, conhecido pelo título de Barão de Melgaço, em Cuiabá. A matéria saiu na “Gazeta Official do Império do Brasil”, principal veículo de imprensa da época, em 26 de novembro de 1846.

Descrevendo como “um fenômeno como nunca antes vira”, o Barão de Melgaço observou três objetos que brilhavam mais que uma lua em céu claro. O fato aconteceu no dia 05 de julho de 1846, época em que Leverger estava no comando de uma barca-canhoneira saindo de Cuiabá e seguindo em direção ao Paraguai.

“Estavam superpostos e separados uns dos outros. O do meio tinha a aparência quase circular; o inferior parecia um segmento de círculo, a forma que se apresentava o de cima era de um quadrilátero irregular […]; acima deles via-se uma lista de luz muito fraca em forma de zig zag”, diz o trecho publicado no jornal.

Todos esses relatos podem ser de um avistamento de satélite, lixo espacial ou algum fenômeno na atmosfera, mas para quem acredita que há vida em outros planetas e em outros lugares da galáxia, essas são provas que os seres extraterrestres existem e nos visitam, com mais frequência que imaginamos.

Apesar de armazenar os relatos, a FAB não os investiga, o que continuará deixando a população sem saber mais detalhes sobre o que realmente eram esses objetos, vistos tantas vezes em tantos pontos diferentes do estado.

Veja:

Foto: Reprodução/Midianews