Após ser cassado, Paccola promete provar que foi ‘julgado’ por membros de organização criminosa; vídeo

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Nesta quarta-feira(05), depois de quase cinco horas de sessão, na Câmara de Cuiabá, o vereador tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos) teve seu mandato cassado com 13 votos favoráveis, cinco contrários e três abstenções por quebra de decoro parlamentar, pelo assassinato do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa.

Antes do início da votação, em uma fala na Tribuna da Câmara, Paccola chorou, ao reiterar que em nenhum momento se sentiu feliz ou satisfeito com o que fez contra um colega de profissão. Ao ainda afirmar que, independente do resultado, ele voltaria a ocupar o cargo, por conta de erros nos trâmites do processo no Parlamento Municipal.

Já autora do pedido de cassação, a vereadora petista, Edna Sampaio, conclamou aos colegas para que votassem a favor da cassação do Paccola mas, sobretudo, ‘em favor da família’.

Boa parte da sessão foi utilizada pelo vereador tenente-coronel Paccola que decidiu ele mesmo realizar a própria defesa. E, ao final, com o veredito pela perda do mandato desabafou, ao apontar decepção com alguns colegas de parlamento, citando-os um a um.

Prometendo, inclusive, buscar provas de que teria sido ‘julgado’ por membros da maior organização criminosa existente em Cuiabá. “Com alguns aqui eu não me decepcionei, mas com outros, vereador Lilo, vereador Vidal, vereador Arruda e Sá, com outros eu me decepcionei muito, porque eu não acreditava que os senhores faziam parte da maior organização criminosa que existe em Cuiabá e eu vou provar um por um, inclusive o senhor, senhor presidente [Juca do Guaraná Filho]”, disse.

O presidente da Casa não respondeu à provocação e encerrou a sessão. Do lado de fora, Juca conversou com os jornalistas e disse que não se sentiu ameaçado por Paccola.

“Não me senti nem um pouco ameaçado. Acho que ele falou isso no calor do momento, mas em todo momento ele[Paccola] fez acusações muito fortes e precisa provar. Ele teve todo o tempo para fazer a sua defesa e a decisão de plenário foi mantida. […] como dizia meu saudoso pai, quem está morrendo segura até cachorro morto”, disse.

Veja o vídeo:

Como votaram 

Votaram pela cassação os vereadores: Adevair Cabral, Cesinha Nascimento, Chico 200, Dr Licínio, Ricardo Saad, Edna Sampaio, Juca do Guaraná, Kássio Coelho, Lilo Pinheiro, Marcus Brito, Mário Nadaf, Rodrigo Sá, Sargento Vidal e Wilson Kero Kero.

Votaram conta a cassação: Demilson, Paulo Peixe, Renato Mota, Sargento Joelson e o próprio réu Marcos Paccola. Absteve-se de votaros vereadores Luiz Fernando, Felipe Corrêa e Michelly Alencar. E estavam ausentes os parlamentares Didimo Vovô, Marcrean Santos e Paulo Henrique.

O caso

Alexandre estava acompanhado da namorada Janaina Sá, no dia 1 de julho, em uma distribuidora de bebidas, após invadirem a contramão da via. Janaina teria se apressado para ir ao banheiro e acabou colidindo com um veículo que estava no local.

Diante disto, acabou gerando uma breve discussão na distribuidora. O Vereador por Cuiabá Marcos Paccola (Republicanos), teria ouvido que um homem estaria com uma arma em punhos e se deslocou até a confusão.

Neste momento, Alexandre e Janaina já estavam de saída, quando Paccola realizou três disparos pelas costas do agente.

O homem morreu ainda no local. Paccola alega que agiu por “legítima defesa de terceiros”. O caso acabou ganhando repercussão e pressão de partidos políticos, para que o vereador fosse afastado.

Fonte: O Bom da Notícia