Após matar 2 crianças, motorista processa ‘incitadores de violência’ em Cuiabá

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O juiz em substituição legal da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT), Jonatan Moraes Ferreira Pinho, aceitou uma denúncia contra Evandro da Silva e Nélio Wagner da Silva, réus por dano qualificado, incitação ao crime, resistência, desacato e tentativa de arrebatamento de preso. A vítima é Wesley Patrick Villas Boas de Souza, homem que atropelou e matou duas crianças com sua caminhonete em Cuiabá, no mês de dezembro de 2019.

A decisão do juiz que tornou os dois suspeitos réus na ação é do último dia 5 de fevereiro. De acordo com informações do processo, Evandro tacou “pedras” no veículo de Wesley Patrick Villas Boas, tentou atear fogo no bem, incitou a população a agredi-lo, além de tentar “arrancar” Wesley da custódia policial (arrebatamento de preso).

“Aduz-­se do depoimento realizado em sede inquisitorial de Wesley Patrick Villasboas de Souza que este fora vítima de suposto crime de dano qualificado praticado por Evandro da Silva, uma  vez que o acusado arremessou pedras contra seu veículo e há informações nos autos inquisitoriais atestando que tal  fato ocasionou  um suposto  prejuízo financeiro da vítima. No mais, o depoente relatou que o acusado acima mencionado incitava os populares a agredi­-lo, a atearem fogo e a danificarem o seu carro”, diz trecho dos autos.

A publicação dos trechos do processo não detalhou as circunstâncias onde Wesley quase teria “apanhando” das pessoas, porém, no atropelamento de 2019, o motorista teve que ser “protegido” por policiais da Rotam para não ser “linchado”. A passagem entre os anos de 2019 e 2020 ficará marcada para sempre na vida de Cleide dos Santos, de 48 anos.

Ela foi atropelada no dia 31 de 2019 por Wesley Patrick Villas Boas, que conduzia uma caminhonete Dodge Ram. Seus dois filhos, Brenda Melissa Batista e Bruno Cleber Josail dos Santos, de 4 e 10 anos, respectivamente, também foram vítimas do atropelamento e acabaram não resistindo.

Wesley Patrick Villas Boas chegou a ter a prisão preventiva decretada pelo juiz Wladymir Perri, do Poder Judiciário Estadual, mas teve a detenção revogada após a interposição de um habeas corpus, deferido pelo desembargador Márcio Vidal, que estabeleceu uma fiança de R$ 103 mil. O caso gerou comoção social e populares tentaram linchar o motorista da Dodge Ram.

A Rotam – uma força especial da Polícia Militar especializada no combate ao “crime violento” e ao “tráfico de drogas” -, atendeu a ocorrência.

Fonte: Folhamax