O presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MT), Gustavo Reis Lobo de Vasconcelos, informou que, com o fim do Carnaval, as blitzes diárias voltarão a ser realizadas em Cuiabá e Várzea Grande. A intenção é novamente fechar o cerco contra veículos e condutores que estiveram em situação irregular. Além disto, Gustavo ainda aventou a possibilidade de retomar as fiscalizações feitas com os OCRs, aparelhos que fazem a leitura automática de placas.
“Vamos dar continuidade a estas blitzes, que são realizadas durante o dia. Vamos revezar, fazendo praticamente todos os dias, tanto para motocicleta, quanto para carros. Vamos voltar a fazer estas ações junto a outros órgãos aqui na capital mato-grossense, já que ainda existe muita inadimplência”, disse o presidente ao Olhar Direto.
Gustavo ainda comentou que um estudo está sendo feito junto a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), que tem câmeras de OCR instaladas em diversos pontos da cidade. “Hoje, são de 15 a 16 OCRs da Semob dentro do município. Este número deve subir para 70 em Cuiabá. Um dos estudos é fazermos as blitzes seletivas, evitando que congestionemos o trânsito e possibilitando que foquemos apenas nos condutores que estão irregulares. É um estudo que estamos fazendo para voltar a ter estas ações”.
As operações feitas com os OCR desapareceram das ruas de Cuiabá. Após diversas polêmicas, as blitzes não foram mais realizadas nos mesmo moldes. Agora, os equipamentos que tem um custo de R$ 25 mil mensais para o Estado, estão sendo empregados nos trabalhos diários das polícias Civil e Militar, segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Uma fonte ouvida pelo Olhar Direto apontou que as blitzes tiveram fim após a polêmica operação chegar em uma região nobre da capital mato-grossense. A última delas aconteceu no mês de março do ano passado, em um das saídas de Cuiabá, em direção ao Distrito de Nossa Senhora da Guia, uma região onde existem diversos condomínios de luxo.
Em nota, a Sesp informou que o último modelo de Operação Integrada de Trânsito foi abortado, ainda no mês de março de 2018, e, desde então, os kits permaneceram sob a cautela da Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar, nas suas fiscalizações policiais diárias e de trânsito, com emprego nas ações de segurança de tráfego. “Acrescentamos que a utilização rotineira pelas instituições de segurança não inviabiliza o contrato de locação dos equipamentos”.
Os bloqueios com utilização de OCR, denominados Operações Integradas de Trânsito, tiveram início no final de 2017, com a realização de quatro operações na capital. Em 2018, essas operações foram realizadas em outros cinco municípios.
Vale lembrar que, na época em que as blitzes começaram a ser feitas, diversos condutores da capital mato-grossense reclamaram da ação. Vários veículos foram apreendidos por estarem irregulares.
Em uma das blitzes, realizada em janeiro de 2018, na avenida Arquimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho), em Cuiabá, foram 65 veículos abordados, 58 autuados e 42 removidos para regularização. Dos 940 veículos que passaram pelo local 119 foram identificados com irregularidades.
Sistema OCR
O OCR (Optical Character Recognition) [tecnologia de leitura ótica de caracteres] é capaz de ler várias placas em um curto espaço de tempo, auxiliando as autoridades a fiscalizar o transito de maneira eficaz. O equipamento checa, de maneira veloz, se o veículo é produto de roubo/furto ou tem alguma irregularidade que não o permita circular. As informações são recebidos em um tablet pelos agentes de segurança pública.
A Sesp já possui três pontos de câmeras OCR. Diariamente, em horários de pico, as câmeras captam 300 placas de veículos por minuto
Fonte: Olhar Direto