Apoiadores do Transporte Zero consideram justo valor que será pago a pescadores

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Tema de discussão nos últimos dias, o valor a ser pago aos pescadores pelos próximos três anos, devido à proibição de pesca em todo o estado, não causou indignação a todos. O valor, fixado em 1 salário mínimo (atualmente em R$ 1.320), foi visto como “justo” por alguns apoiadores do projeto, batizado “Transporte Zero”.

O diretor-presidente do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG), Carlos Alberto Simões de Arruda, que é apoiador da PL, avalia o benefício como justo.

“Acredito que para a realidade atual é justa, porque a possibilidade de um pescador profissional que comprove o seu profissionalismo, vai ter um salário garantido durante três anos. E se conseguir aumentar a capacitação, a migração dele desta profissão para outra, que é uma coisa importante. Hoje, se você for procurar muitas condições, ao longo do tempo elas mudaram. E uma delas vai ser essa da extração da forma que é vista”, opina.

Segundo o Portal Transparência do DAE-VG, Carlos Alberto tem remuneração bruta de R$ 15 mil.

Ele ainda compartilha dos argumentos do Governo, de que a medida vai ajudar a repovoar os rios.

“Eu acredito que a depredação que acontece hoje nos rios, a maioria delas, acontece por rede e tarrafo. E não é o pescador temporário ou aquele que é esportivo que faz isso. Então a gente tem que proibir. Impedindo no transporte, você possibilita que não aconteça a retirada do peixe do rio da forma que está acontecendo hoje”, afirma.

O empresário do ramo da pesca e presidente da Associação Mato-grossense de Ecoturismo e Pesca Esportiva, Alisson Trindade, também concorda com o pensamento de Carlos, e conta que o valor ofertado é superior para os pescadores. À reportagem, ele comentou que um estudo do governo apontou que a renda de alguns pescadores não chega a R$ 1.000.

“Se você pegar para fazer uma pesquisa na rua, mais de 95% das pessoas com certeza vão falar que hoje tem muito menos peixes do que há 10 anos. A escassez do peixe é clara para todo mundo e se não for feito algo, o peixe vai acabar. Então, o transporte zero, ou ele vem por lei para dar tempo do peixe se recuperar ou ele vai vir pela escassez do peixe”, diz Alisson.

O projeto foi votado e aprovado nesta quarta-feira, 28, por 8 votos contrários. Excluindo da contagem o presidente Eduardo Botelho (União Brasil), que não votou, 15 deputados se mantiveram favoráveis ou neutros ao projeto. Para saber mais sobre a votação e como os deputados votaram, clique AQUI.

Fonte: Estadão de MT