“O que eu mais espero é que essa garota seja presa, internada. Espero também que o Ministério Público apresente a denúncia e a Justiça acate o inquérito policial na sua integralidade”. A declaração é da empresária Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe da Isabele Guimarães, morta aos 14 anos com um tiro no rosto desferido pela amiga da mesma idade na noite do dia 12 de julho deste ano, em Cuiabá.
Patrícia comentou em reportagem exibida do Fantástico (Rede Globo) deste domingo (6) sobre a finalização do inquérito policial presidido pelo delegado Wagner Bassi, da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), da Polícia Civil. A conclusão do inquérito foi apresentada em uma coletiva realizada na última quarta-feira (2), ocasião em que o delegado informou que a atiradora foi indiciada por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso. Ou seja, quando há intenção de matar ou se assume o risco, conforme apontaram o conjunto probatório composto por laudos e perícias do local do crime, na arma, no corpo da vítima, bem como a análise de imagens de câmeras da residência, do condomínio, mensagens trocadas entre os envolvidos, ligações feitas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e reconstituição do crime na mansão situada no luxuoso Condomínio Alphavile I, no bairro Jardim Itália em Cuiabá.
Conforme o delegado Wagner Bassi, o indiciamento da menor é devido ao fato de ter assumido a responsabilidade de atingir a vítima, uma vez que, apesar de ser menor de idade, era treinada e sabia manusear armas de fogo. Com base na conclusão do inquérito, a atiradora pode pegar três anos de internação num Centro Socioeducativo voltado para menores em conflito com a lei.
“Caso o Ministério Público concorde com a conclusão do delegado de polícia e ofereça a denúncia nesses termos, a adolescente ela pode processada pelo ato infracional análogo ao crime, é gravíssimo, considerado hediondo. Pode ser submetida a medida socioeducativa de internação de até três anos”, declarou um especialistas em Direito dos entrevistados pela reportagem do Fantástico.
O pai da atiradora, o empresário Marcelo Martins Cestari, de 46 anos, foi i por quatro crimes: homicídio culposo, fraude processual, posse ilegal de arma de fogo e omissão de cautela na guarda de arma de fogo. Sua esposa, Gaby Cestari, também foi indiciada pelo crime de omissão de cautela na guarda de arma de fogo.
O empresário Glauco Mesquita Correa da Costa, que é dono da arma da qual saiu o tiro que matou Isabele, também foi indiciado por omissão de cautela na arma de fogo. Ele permitiu que o filho de 16 anos, namorado da atiradora, transitasse pela cidade levando duas armas de fogo até a casa da família Cestari no dia 12 de julho.
O namorado da atiradora também foi indiciado por ato infracional análogo ao crime de porte ilegal de arma de fogo. A defesa da família Cestari, sob o advogado Arthur Ostti, contesta delito de homicídio doloso imputado à menor que atirou e matou Isabele. “A defesa rechaça totalmente qualquer imputação no que se refere à prática do crime de homicídio, especialmente na sua modalidade dolosa. Desde o início ela afirma a ocorrência de um disparo involuntário, é aquele que ocorre mediante o acionamento não intencional do gatilho. Portanto, a defesa não questiona a ocorrência do disparo, mas de forma voluntária. A defesa não questiona a distância do disparo, mas questiona a posição do atirador no momento do disparo”, declarou o advogado Arthur Osti na reportagem.
Já o advogado Hélio Nishiyama, que defende a família da vítima também concedeu entrevista e ressaltou que o pai da adolescente que efetuou o disparo também é responsável pela morte de Isabele. “É bom que fique bem claro que a morte da jovem Isabele não se eu apenas e exclusivamente pelos dedos da jovem atiradora. Houve ali uma conjunção de fatores, houve todo um contexto envolvendo os pais tanto da atiradora quanto o jovem que levou essa arma, quanto os pais do jovem que levou essa arma. Foi a união dessas condutas que causou o resultado morte”, declarou Nishiyama.
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Fonte: Folhamax