Animais do zoológico são doados para outras instituições

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Menos de 70 animais dos cerca de 800 exemplares abrigados no zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) ganharam um novo lar, após o anúncio do fechamento da unidade, em junho. Embargado desde 2009, o local estava proibido de receber novos animais, porque não teria documentação nem estrutura para ter visitação aberta e exibição das espécies. Agora, as visitas serão de grupos pequenos, escolares e com data agendada.

Em março, a visitação ao espaço foi suspensa por causa de mortes de dois macacos por febre amarela. Agora veio o anúncio de fechamento definitivo e o espaço está sendo transformado em centro de recuperação para animais resgatados no estado. Lá eles permanecerão até terem condições de serem colocados na natureza.

Ligado à Faculdade de Medicina Veterinária, o Centro de Medicina e Pesquisa de Animais Silvestres (Cempas) receberá visitas de grupos escolas, com agendamento prévio.

De acordo com a coordenadora do Centro, Sandra Helena Ramiro Corrêa, animais encaminhados ao local serão tratados, pesquisados e expostos à visitas agendadas, enquanto estiveram no local.

“Com essa nova filosofia do Cempas, os animais não serão mantidos por longo tempo. Teve alta, vai embora. No entanto existem alguns animais da população antiga que são espécimes importantes e que estão mantidos em condições que não são adequadas. Estes animais serão encaminhados para unidades de outros estados que têm programa de reprodução e que tenham interesse nesses animais”, explica a professora.

Como exemplo, a médica veterinária cita 3 urubus reis que foram encaminhados para o Instituto Onça Pintada, no Paraná, onde já foram pareados com outros da mesma espécie, tendo a possibilidade de procriação e vida em ambiente mais adequado.

“Não somos donos dos animais. Eles são da União e temos que primar pelo bem estar deles”, conta a coordenadora.

Além dos urubus, 50 jabotis, gavião de penacho, o gavião-pega-macaco, tucanos e patos do mato foram transferidos para outras instituições.

Sandra Helena conta que permanecerão na UFMT aquelas animais que já estão velhos ou não são de interesse de outras instituições.

“Eles continuaram sob a qualidade de cuidados que a gente mantém e também como ferramenta educativa nas visitas monitoradas. Também haverá a chegada dos animais resgatados que precisam de tratamento especial”, ressalta.
A médica veterinária pondera que há circulação de informações de que os animais estão abandonados. Denúncia que, segundo ela, não é verdade. Todos os bichos recebem alimentação e cuidados adequados para que tenham qualidade de vida.

Polêmica dos Jacarés albinos

No mês passado houve rumores de que os jacarés albinos estariam maltratados no zoológico. A professora explica que há cerca de 1 ano e meio não existem mais exemplares dos albinos no zoológico.

Nascidos em cativeiro, os jacarés albinos são frutos de mutação genética e têm couraça totalmente branca e olhos vermelhos. Em 2008, 7 animais foram furtados da universidade e não mais recuperados. Os animais albinos remanescentes morreram no decorres dos anos.

Hoje, além dos jacarés do Pantanal, existem alguns mestiços no zoológico, que têm cor mais clara que os pantaneiros, mas não chegam a ser considerados albinos.

“As fotos que circularam não são daqui. As informações estão totalmente equivocadas”, afirma a médica veterinária.

Visitantes frustrados com fechamento de zoológico

Existente desde a década de 70, o zoológico da UFMT foi por muito tempo um ponto turístico de Cuiabá e local de lazer para famílias aos fins de semana e nas férias, principalmente.

No início de julho, a família Julia Beatriz, 9, passeava por Cuiabá e atendeu ao pedido da criança para que visitassem o local. Curiosa para ver os bichos, a menina teve triste surpresa de encontrar os portões fechados.

“Muito chato. Porque eu estava ansiosa para ver os animais. Todo ano o quinto ano da minha escola vem para Cuiabá visitar o zoológico, agora não sei se vão vir”, desabafa a menina, que está na 4° série.

Conforme a coordenadora do Cempas, ainda não há previsão de abertura do local para as visitas agendadas.

Fonte: Gazeta Digital